Só vem! É GRÁTIS!
Neste módulo você terá acesso a ferramentas para se conhecer DE VERDADE. São aulas, ebooks e exercícios práticos que vão te ajudar a identificar e lidar melhor com o que você e as pessoas ao seu redor sentem.
Olá! Seja bem-vindo(a) ao curso Revolução Emocional.
Toda sexta-feira uma nova aula! Todo dia 20 de cada mês um novo módulo!
O curso é composto por 3 módulos básicos assim divididos:
1) Módulo 1 - Desconstruindo Paradigmas
Neste módulo você terá acesso a ferramentas para se conhecer DE VERDADE. São aulas, ebooks e exercícios práticos que vão te ajudar a identificar e lidar melhor com o que você e as pessoas ao seu redor sentem.
Ele contém 6 aulas: a) Introdução a I.E.; b) Autoconhecimento; c) Autorregulação; d) Automotivação; e) Empatia; f) Vulnerabilidade
Ficará disponível até 05/10/21
2) Módulo 2 - Vivendo em Harmonia
Nele você vai aprender a usar as emoções para escolher com clareza seus próprios caminhos, desenvolver a prosperidade nas mais diversas áreas da sua vida e descobrir como viver em harmonia com as pessoas que te cercam.
Ele contém 4 aulas: a) Inteligência Social; b) Comunicação Efetiva; c) Gestão de Conflito; d) Negociação e Diplomacia
Ficará disponível a partir do dia 20/09 até o dia 05/11
3) Módulo 3 - O Grande Salto
Se prepare para dar um grande salto rumo à uma vida mais autêntica. Abra a mente para as possibilidades e descubra o que sucesso realmente significa. Se torne líder de si para que enfim esteja no ponto para liderar outras pessoas.
Ele contém 6 aulas: a) Mentalidades; b) Sucesso; c) Criatividade; d) Liderança; e) Segurança Psicológica; f) Educação Emocional nas Escolas
Ficará disponível a partir do dia 20/10 até o dia 05/12
Boa jornada!
Antes de começarmos, é importante entendermos juntos no que se baseia este curso.
Tudo que o vamos trazer para vocês está ancorado na ciência. Até mesmo quando dissermos que não há consenso sobre um tema, esta falta de consenso está embasada por levantamentos científicos [ou pela falta deles].
O que é a metodologia científica?
Desde a Antiguidade, o ser humano se pergunta porque as coisas são como são. Na tentativa de obter respostas, formulou explicações diversas (ou teorias) que, ao longo do tempo, foram postas em teste. A testagem no método científico busca não a verdade absoluta, mas sim alcançar o maior poder explicativo e preditivo sobre aquilo que se observa.
O poder explicativo se refere à capacidade de oferecer explicações testáveis sobre o fenômeno, já o preditivo, fala da capacidade que uma teoria possui de prever o comportamento do fenômeno em situações futuras e similares às ocorridas na testagem. A previsão é algo importante na ciência, porque significa que toda vez que aquele fenômeno for manipulado, o ser humano terá resultados conhecidos e úteis.
Desse ponto decorre a importância de se obter um método padronizado e replicável. A replicação de um método que seguiu o mesmo passo a passo, permite dizer que o resultado que o(a) cientista diz ter não foi obra do acaso, o que traz confiabilidade à ciência. Mas alguém pode dizer: mas se faço a mesma coisa várias vezes de forma igual, é óbvio que vou obter o mesmo resultado.
Sim, mas como a ciência assume o princípio da refutabilidade ou falseabilidade (que significa que toda hipótese precisa ser posta à prova para que possa ser refutada ou falseada), os(as) cientistas seguem o mesmo passo a passo mas escolhem um passo para fazer diferente e verificarem que resultado obtém. Se, no conjunto de muitas testagens, o resultados alcançados convergem, pode-se dizer que a hipótese ou teoria foram confirmadas dentro daquelas condições de testagem.
Quando os(as) cientistas encontram resultados não convergentes podem, por exemplo, formular uma teoria nova para explicar o fenômeno. Por esse motivo, a ciência consegue conviver com muitas explicações possíveis sobre a mesma coisa, Não é a toa que há muitos(as) teóricos e pontos de vista sobre o que é inteligência, sobre o que é emoção e sobre o que é a combinação de ambos.
Por respeitar o cuidado que a ciência possui em oferecer resultados úteis para a sociedade, foi que escolhemos alguns dos(as) principais teóricos(as) para falar de inteligência emocional. Desde que atentem ao método científico básico da observação do fenômeno, elaboração de questão investigativa, formulação de uma hipótese, testagem e construção de uma teoria, todos(as) eles(as) podem oferecer uma possibilidade explicativa e preditiva eficaz para o que estamos estudando.
Continue essa leitura em nosso e-book 1 - Introdução à Inteligência Emocional:
Não é por acaso que a I.E. é hoje um dos pilares mais relevantes para quem busca o SUCESSO na profissão, nas relações, nas finanças e na vida como um todo. Pessoas 'emocionalmente inteligentes' são mais confiantes e autênticas porque entendem os próprios sentimentos e avaliam os próprios pensamentos, além de saberem ajustar os comportamentos à diferentes situações. Por conhecerem mais a si mesmos(as), usam as emoções em favor próprio, estabelecem relações saudáveis e possuem resiliência.
O desenvolvimento da IE é um exercício constante de auto-observação. Ao longo do caminho haverá erros e acertos, e a cada nova situação surgirá um desafio a ser superado. Você saberá que está avançando na arte da IE à medida em que sentir-se mais seguro(a) e confortável consigo mesmo(a), diminuindo o autojulgamento e mantendo relações saudáveis e preenchidas de sentido.
Para se ter noção da importância da Inteligência Emocional nos dias de hoje, os(as) principais líderes participantes do Fórum Econômico Mundial de 2020, confirmaram que as habilidades mais relevantes, que os(as) empregadores(as) veem como destaque até 2025, incluem pensamento crítico, análise e resolução de problemas - não exatamente matemáticos -, habilidades em autogestão, aprendizagem ativa, resiliência, tolerância ao estresse, flexibilidade e inteligência emocional.
Se a IE é uma demanda importante para o sucesso do indivíduo, como podemos incentivá-la?
Existe uma crença de que as habilidades emocionais são transmitidas pelos pais enquanto as crianças estão em desenvolvimento.
Entretanto, a verdade é que o desenvolvimento da IE não está exclusivamente condicionado à atuação dos pais e familiares, mas sim às experiências da vida cotidiana que formam o repertório comportamental de um indivíduo enquanto ele cresce e atinge a maturidade. Ou seja, é na desordem das brincadeiras ao ar livre, nas interações entre amigos(as) e nos relacionamentos com pais e mestres, que a inteligência emocional ganha forma.
Vivemos uma época que clama por mais destreza na forma como conduzimos e lidamos com nossos relacionamentos. Acreditamos que a disseminação do desenvolvimento de habilidades socioemocionais é urgente. Por meio dela podemos melhorar o ambiente escolar e, como consequência, impulsionar o desempenho de professores(as) e alunos(as).
Continue essa leitura em nosso e-book 1 - Introdução à Inteligência Emocional:
Link para o e-book
A designação de inteligência emocional mais antiga remonta a Charles Darwin, que em sua obra fez referência à importância da expressão emocional para a sobrevivência e adaptação. Embora as definições tradicionais de inteligência enfatizem os aspectos cognitivos, como a memorização e a capacidade de concentração, vários(as) pesquisadores(as) de renome no campo da inteligência reconhecem a importância dos aspectos não-cognitivos, como os relacionais, por exemplo.
Em 1920, o psicometrista Robert L. Thorndike, na Universidade de Columbia, usou o termo "inteligência social" para descrever a capacidade de compreender e motivar os(as) outros(as). David Wechsler, em 1940, intrigado com o fato de que pessoas com o mesmo Q.I. podiam apresentar desempenhos diferentes na vida em geral, reconheceu que a habilidade intelectual não seria suficiente para explicar o sucesso nas diversas esferas da vida. Assim, baseando-se em estudos clínicos e estatísticos, descreveu a influência de fatores não cognitivos sobre o comportamento “inteligente”, e defendeu ainda que os nossos modelos de inteligência não estariam completos até que esses fatores não pudessem ser adequadamente descritos.
Em 1983, Howard Gardner, em sua teoria das inteligências múltiplas, introduziu a ideia de incluir tanto os conceitos de inteligência intrapessoal (capacidade de compreender a si mesmo e de apreciar os próprios sentimentos, medos e motivações), quanto os de inteligência interpessoal (capacidade de compreender as intenções, motivações e desejos dos/as outros/as). Para Gardner, o domínio sobre as inteligências múltiplas é que faria do indivíduo uma pessoa verdadeiramente inteligente.
Enfim, em 1990, surgiu o conceito de Inteligência Emocional, proposto pelos pesquisadores Peter Salovey e John Mayer, que se tornou conhecido mundialmente após a publicação do livro Inteligência Emocional, em 1995, por Daniel Goleman.
Todos(as) os(as) autores(as) citados até aqui fazem parte de uma escola do conhecimento chamada de Cognitivista. Em um esforço de mostrar diferentes perspectivas para que você construa seu próprio conhecimento. traremos também algumas ideias da escola da Ciência do Comportamento, cujo fundador é Skinner.
Nos anos 40, a Ciência do Comportamento trouxe uma explicação alternativa para alguns conceitos, como o de inteligência e de emoções. Para ele, ambos devem ser considerados como disposições para comportar-se de determinada forma, ou seja, indicam a probabilidade de que um dado comportamento ocorra mas não o determinam, não são a causa do comportamento.
Para ficar mais claro, vamos tomar o exemplo da análise meteorológica. Nuvens cinzas indicam chuva mas não determinam sua ocorrência, ainda que para chover, elas precisem estar ali. Também não é possível dizer que a nuvem possui uma propriedade especial que faz chover. A precipitação só ocorre quando um conjunto de fatores atua em seu favor.
O que determinaria a ocorrência de um comportamento considerado inteligente, por exemplo, não seria uma propriedade chamada "inteligência" que habita dentro dele, e sim uma combinação de elementos relacionados aos aprendizados aos quais e como foi exposto ao longo da vida. Assim, podemos dizer que a inteligência, como rótulo que descreve uma série de comportamentos específicos para um dado contexto, pode ser aprendida.
Para Skinner, a inteligência seria o mesmo que agir de forma inteligente, ou seja, seria comportar-se de modo diferenciado em diferentes situações alcançando um bom desempenho de forma constante.
Como as emoções também são predisposições, elas sugerem ao observador externo que o indivíduo está prestes a agir de um determinado modo. Ao indivíduo que se emociona, ela indica o mesmo. Para ambos, a interpretação da emoção é pautada, em parte, nos sentimentos ou sensações, que, para a Ciência do Comportamento, seriam alterações das condições corporais, como o tremor frente a algo que gera raiva ou surpresa. Considerando que o sentimento é o mesmo, a diferenciação entre as duas emoções se dá pelo ambiente em que a pessoa está inserida. Os sinais do contexto, como os amigos gritando "surpresa, feliz aniversário" ou de um desconhecido batendo em seu carro, indicarão a emoção enquanto disposição para se comportar.
Assim, a partir dos conceitos da Ciência do Comportamento, ser emocionalmente inteligente equivale a predispor uma diferenciação assertiva e constante das próprias emoções em diferentes contextos, tendo um desempenho satisfatório - não apenas para o mundo mas para o próprio indivíduo - ao apresentar os comportamentos adequados à diferentes ambientes.
Continue essa leitura em nosso e-book 1 - Introdução à Inteligência Emocional.
Link para o e-book
Durante muito tempo o potencial de uma pessoa para alcançar o sucesso era dado pelo que chamam de habilidades cognitivas, como atenção, memória e raciocínio lógico, medidas pelo tão conhecido Quociente de Inteligência (QI) que enfatizava o conhecimento matemático. Entretanto, esse cenário vem mudando desde a década de 90, com a discussão em torno do conceito de Inteligência Emocional (IE) que prega que para se alcançar o sucesso, é preciso ir além do bom desempenho acadêmico e ser emocionalmente inteligente, ou seja, também é importante ser destro(a) no autoconhecimento e nas relações sociais, por exemplo.
Conceitos importantes:
Quociente de Inteligência (QI) mede a inteligência baseando-se em testes específicos. O resultado é o desempenho cognitivo de alguém comparado com outras pessoas da mesma faixa etária.
O Q.I. médio era originalmente 100.
Quociente Emocional (QE) se refere à capacidade que as pessoas têm para perceber, controlar, avaliar e expressar emoções.
Habilidade: indica capacidade para fazer algo específico com determinado nível de destreza.
Competência: um comportamento que manifesta um talento [tendência natural pré-aprendizado] e/ou uma habilidade [característica técnica aprendida e melhorada através de uma abordagem teórica e prática].
Continue essa leitura em nosso e-book 1 - Introdução à Inteligência Emocional.
Link para o e-book
Daniel Goleman descreve a inteligência emocional como a capacidade de uma pessoa de gerenciar seus sentimentos, de modo que eles sejam expressados de maneira apropriada e eficaz.
A IE determina o nosso potencial para aprender as habilidades baseadas em cinco elementos:
Autoconhecimento (Intra): reconhecer as próprias emoções
Autorregulação (Intra): gerir as próprias emoções
Motivação (Intra): se motivar e se manter motivado
Empatia (Inter): ver a situação pela perspectiva do outro
Habilidades sociais (Inter): capacidades envolvidas na interação social
A competência emocional é a capacidade adquirida que permite ao indivíduo praticar comportamentos aprendidos com base nos cinco elementos da IE.
Atenção: possuir a capacidade de motivação não assegura a prática de tal competência. Isso acontece porque fatores ambientais podem ser decisivos para que um comportamento se manifeste ou não.
Continue essa leitura em nosso e-book 1 - Introdução à Inteligência Emocional.
Link para o e-book
Link exercícios de fixação:
Exercício de Fixação
Link exercícios reflexivos:
Exercícios para Reflexão
Link para baixar o e-book da aula 1 - Introdução à Inteligência Emocional:
E-book
Link para deixar dúvidas e sugestões:
Dúvidas e Sugestões
Para obtenção do certificado é essencial que você complete as tarefas de cada uma das aulas.
"Autoconhecimento, ou autopercepção, é compreender as suas próprias emoções e o impacto delas em seu desempenho. Você sabe o que está sentindo e por quê - e como isso ajuda ou prejudica o que você está tentando fazer.
Você percebe como os outros te veem e a sua auto-imagem reflete essa realidade maior.
Você tem uma noção precisa de seus pontos fortes e limitações, o que lhe dá uma autoconfiança realista. Também lhe dá clareza sobre seus valores e senso de propósito para que você possa ser mais assertivo ao definir seus passos."
- Daniel Goleman.
“A capacidade de manter o autocontrole, de suportar o turbilhão emocional que o acaso nos impõe e de não se tornar um escravo de atitudes emotivas tem sido considerada desde Platão como uma virtude. Na Grécia antiga eles entendiam essa capacidade como equilíbrio e sabedoria. Para os Romanos significava temperança e contenção de excessos.” Daniel Goleman.
No final das contas o objetivo é o equilíbrio e não a supressão dos sentimentos/emoções, pois não devemos subestimar o significado do que sentimos. Uma vida sem sentimentos/emoções pode nos tornar vazios(as). Porém, sentimentos/emoções que nos fogem ao controle podem se tornar patológicos. Como observou Aristóteles, devemos buscar a emoção na dose certa e sentimento proporcional à circunstância.
A IE trata das capacidades individuais, mas também sobre tudo o que surge nas interações com outros indivíduos. A consciência das emoções é fator essencial para o desenvolvimento da inteligência do indivíduo. A incapacidade de lidar com as próprias emoções pode minar relacionamentos, dificultar a jornada profissional e impactar negativamente a vida como um todo.
Continue essa leitura em nosso e-book 2 - Autoconhecimento
Link para o e-book
Se os sentimentos são aquelas sensações que vão lá no fundo e que, se você não quiser, ninguém jamais vai saber, porque me preocupar com eles?
Acontece que quem passa por uma profunda tristeza, por exemplo, pode perfeitamente comportar-se como se estivesse alegre, pode até tentar enganar a si mesmo(a). À primeira vista pode parecer que os sentimentos são óbvios e simples de controlar, mas numa reflexão mais aprofundada é possível perceber que em algum momento da vida fomos indiferentes a algum sentimento relacionado à uma situação que optamos por “deixar para lá”. Pode também vir à mente o momento em que esse sentimento veio à tona, numa explosão comportamental que é difícil de explicar aos(às) espectadores(as) o porquê da sua reação repentina.
Uma forma de evitar essas explosões é praticar o estado de atenção aos sentimentos. No processo de contínua reflexão observar e investigar o que está sendo vivenciado, incluindo as emoções, registrando com imparcialidade tudo o que se passa de forma interessada, mas não reativa, recuando em um esforço de observar a situação como se estivesse fora dela. A partir daí é importante identificar e nomear as emoções e/ou sentimentos despertados em cada situação observada.
Essa autoconsciência permitirá que numa situação em que o indivíduo está tomado(a) por um sentimento de raiva e prestes a gritar com alguém, tenha o seguinte pensamento: “o que estou sentindo é raiva”. Em termos de mecânica neural, essa sutil designação avisa que os circuitos neocorticais estão monitorando o que sente.
Ter autoconhecimento emocional significa saber identificar - e nomear - o que você está sentindo no momento em que as emoções (ou no caso da Ciência do Comportamento, os sentimentos) se manifestam.
Continue essa leitura em nosso e-book 2 - Autoconhecimento
Link para o e-book
O autoconhecimento, por vezes também chamado de autoconsciência, é a capacidade de reconhecer um sentimento quando ele ocorre.
Rodrigo Fonseca, especialista em Inteligência Emocional e presidente da Sociedade Brasileira de Inteligência Emocional (SBie), explica que a “emoção”, é aquilo que nos move, que movimenta nossa vida. “Uma emoção é um conjunto de respostas químicas e neurais baseadas nas memórias emocionais, e surge quando o cérebro recebe um estímulo externo ou interno. O sentimento, por sua vez, é uma resposta à emoção e diz respeito a como a pessoa se sente diante daquela emoção.”
As emoções, portanto, dão origem aos sentimentos, mas ambos estão extremamente relacionados, pois da mesma forma que uma emoção pode despertar um sentimento, um sentimento é capaz de gerar mais emoções da mesma espécie, sejam elas, positivas ou negativas. As emoções são respostas automáticas, enquanto os sentimentos são o “juízo” sobre essas emoções.
Segundo o neurocientista português António Damásio, a emoção é um programa de ações, um conjunto de respostas físicas que o cérebro faz aparecer no corpo como resposta a algum evento. “É uma espécie de concerto de ações. Não tem nada a ver com o que se passa na mente”, explica ele. De acordo com os estudos de Damásio, existe uma cadeia complexa de acontecimentos no organismo que começa na emoção e termina no sentimento. Uma parte do processo se torna pública (emoção) e outra sempre se mantém privada (sentimento). “As emoções ocorrem no teatro do corpo. Os sentimentos ocorrem no teatro da mente”, afirma.
Skinner, por sua vez, entende o autoconhecimento e as emoções de uma forma diferente. Já vimos na Aula Introdução a I.E. que, para este autor, a emoção é uma disposição para comportar-se de determinada forma e que os sentimentos são as reações corporais, respostas à eventos externos. Mas e o autoconhecimento?
Para entender, precisamos partir do tempo "consciência". Para a Ciência do Comportamento, a consciência é uma metáfora e não uma instância que habita o indivíduo e faz com que ele(a) se comporte. Como metáfora ou rótulo, a consciência seria o termo usado para descrever um conjunto de comportamentos relacionados à observação e descrição.
A autobservação, nesse caso, se refere à capacidade de observar o que faz com que determinados comportamentos ocorram sejam eles encobertos (que ocorrem dentro da pele, como os sentimentos) ou os descobertos (que os outros podem ver). e a autodescrição, indica a capacidade de descrever os próprios comportamentos.
Para o autor, o autoconhecimento é um aprendizado social que só é possível porque fazemos parte de uma comunidade verbal que discrimina as emoções e indica a relação entre elas e o que fazemos. Ou seja, só podemos saber quem somos quando vivemos em comunidade. É com o(a) outro(a) dizendo "comeu tudo, estava com fome", "tá ansiosa? porque está estalando os dedos?" ou "o que você sentiu quando soube que as pessoas te chamaram de preguiçoso?" que o indivíduo aprende a nomear, descrever e explicar a própria disposição para agir, ou seja, suas emoções, além dos sentimentos e dos comportamentos descobertos. De fato, o termo consciência significa "co-conhecimento" ou "conhecer com os(as) outros(as)".
Skinner já dizia que "só quando o mundo privado de uma pessoa se torna importante para as demais é que ele se torna importante para ela própria” (Skinner, 1974) e que que “uma pessoa que se ‘tornou consciente de si mesma’ por meio de perguntas que lhe foram feitas está em melhor posição de prever e controlar seu próprio comportamento" (Skinner, 1974).
Continue essa leitura em nosso e-book 2 - Autoconhecimento
Link para o e-book
Para desenvolver autoconhecimento alguns elementos se fazem necessários:
1) O primeiro é saber que é possível sentir várias coisas simultaneamente. Você pode estar triste, com raiva e culpado(a) ao mesmo tempo. E por isso identificar o que sente pode ser bem mais desafiador do que parece.
2) O segundo elemento essencial é ter o vocabulário para expressar suas emoções. Essa precisão linguística permite que o seu potencial de desenvolvimento seja amplamente expandido.
3) O terceiro é que o autoconhecimento se desenvolve ao nos permitirmos sentir e observar a nós mesmos(as).
As pessoas com competência em autopercepção:
a) Sabem o que estão sentindo e o porquê;
b) Reconhecem o elo entre o sentir, o pensar, o fazer e o dizer;
c) Reconhecem a relação entre os sentimentos e o próprio desempenho;
d) Possuem percepção orientadora dos seus valores e objetivos
Bom, pode ser que você que está lendo esse texto ainda não tenha alcançado o nível de autoconhecimento que deseja, e tudo bem. A boa notícia é que cada passo dado já equivale a um avanço na jornada da Inteligência Emocional que tem data para começar, mas não tem data para terminar, pois estamos em constante evolução e a vida será sempre surpreendente nos trazendo novas experiências.
Continue essa leitura em nosso e-book 2 - Autoconhecimento
Link para o e-book
Link exercícios de fixação.
Link exercícios reflexivos.
Link para baixar o e-book da aula 2 - Autoconhecimento.
Link para deixar dúvidas e sugestões referentes à AULA 2.
Links para materiais complementares:
A psicologia pode ser uma ciência da mente
Autoconhecimento e liberdade
Filosofia da Mente
Essa nova aula sobre os pilares da Inteligência Emocional, abordará a capacidade do indivíduo de conhecer os seus limites e alcances, potencializando as suas características positivas e criando métodos para gerenciar as características negativas, em um processo constante de direcionamento e ajuste dos comportamentos para o alcance do sucesso e satisfações pessoal e profissional.
Saber se autogerir ou autorregular de forma eficaz é resultado, antes de tudo, de uma boa autopercepção. Afinal, sem se perceber e identificar o que está sentindo em cada momento fica muito difícil comportar-se de forma assertiva.
Autorregulação não é uma característica inata. Assim como o autoconhecimento, ela é fruto de um esforço focado, que por vezes passa por sentimentos de desconforto.
É comum ouvir exemplos de emoções vistas como negativas para falar de autogestão. Por exemplo, pessoas que saem do estado de irritação e escalam até a ira. Quando essa explosão acontece, todos ao redor, e até mesmo a pessoa que explode, enxergam o evento como demonstração de falta de autocontrole, e deste tipo de evento saem frases como: "a emoção atrapalha minha vida" e "a emoção prejudica a tomada de decisão", etc.
O que muitas vezes não se discute é que não são apenas explosões de raiva que afetam as pessoas que não possuem boa autorregulação emocional. Há também os(as) que não sabem usufruir da felicidade, das boas surpresas da vida e tampouco enfrentar seus medos.
A ausência de autopercepção combinada a má regulação emocional gera impactos ao indivíduo e aos(às) que convivem com ele(a). Em outros palavras: atrapalha a vida de todo mundo e leva à vilanização das emoções.
Para o(a) observador(a) mais atento, em algum momento, começa a ficar claro que o problema não está em sentir, mas sim em não saber como agir em relação ao que se sente.
Você sabe identificar o que está sentindo em cada momento?
Quando você identifica, você sabe reagir a cada uma das suas emoções com sabedoria?
Continue essa leitura em nosso e-book 3 - Autorregulação
Link para o e-book
“Os estados de ânimo ruins* também
têm a sua utilidade.
A raiva pode motivar a busca por justiça
e a tristeza pode unir pessoas.”
Daniel Goleman.
* É importante lembrar que apesar de muitas vezes dizermos que algumas emoções são boas ou ruins, essa classificação não se refere à uma qualidade da emoção. Normalmente ela se refere às sensações relacionadas às emoções, que podem ser desconfortáveis ou confortáveis e, também, aos comportamentos observáveis a ela relacionados. Logo, se uma pessoa sente algum tipo de desconforto corporal quando há uma emoção e, além desse desconforto, age de uma forma que seja socialmente criticável, é provável que a emoção envolvida no processo seja considerada como ruim.
Assim como outras características humanas, as emoções são um produto da seleção natural e, como tal, foram incorporadas ao nosso repertório comportamental por possuírem um forte valor de sobrevivência. Se nascemos fadados(as) a emocionarmos, não podemos bloqueá-las, mas é possível administrá-las para que possamos tirar o maior proveito possível.
Em termos bioquímicos, as emoções são em parte controladas por hormônios. Em uma situação de estresse, os hormônios adrenalina e cortisol liberados ficam por horas em nosso corpo. O que significa que estão ali nos mantendo prontos(as) para lutar ou fugir, por isso, qualquer aborrecimento adicional pode ser a gota d´água que faltava para que o indivíduo se comporte de forma exageradamente negativa.
Mesmo as pessoas mais dedicadas a práticas de meditação, oração e reflexão sobre o próprio comportamento estão suscetíveis a ter mau humor e chateações. O que pode se apresentar como um diferencial é a capacidade que elas têm de canalizar esses sentimentos de uma forma menos danosa a si mesmas e aos(as) outros(as), por meio da autorregulação.
Continue essa leitura em nosso e-book 3 - Autorregulação
Link para o e-book
Não importa qual a fonte de estresse, o indivíduo só terá meios de agir de forma ajustada à dimensão daquilo que gerou o desconforto se tiver autopercepção, ou seja: se conseguir fazer uma leitura plena do evento estressor e observar como isso o(a) afetou. É tendo clareza sobre esse mecanismo que, em situações futuras, se algo semelhante ocorrer, ele(a) terá mais controle sobre si.
Diferentes pesquisas afirmam que os principais fatores de estresse são:
Não ter tempo para o lazer
Competição constante (trabalho, sociedade)
Preocupação (futuro, filhos/as, familiares, dívidas)
Arrependimentos
Doenças crônicas
Medos (assalto, sequestro, acidente)
Ansiedade
Baixa autoestima
Dedique alguns instantes para analisar a lista acima e assinale quais são os fatores que geram estresse na sua vida atualmente. Você vai perceber que alguns deles dependem só de você para serem solucionados, enquanto outros não estão sob seu controle porque envolvem terceiros(as).
Agora imagine viver uma vida controlada pelos itens assinalados. Eu posso arriscar dizer que o que você visualizou, não é exatamente o que gostaria de viver.
Na busca por uma vida mais satisfatória, muitas vezes recorremos ao consumismo, ao apego incondicional a outras pessoas ou até mesmo à fuga de situações que nos colocam em um lugar de desconforto (claro, há algumas que, de fato, devem ser evitadas). Entretanto, a forma mais eficaz para alcançar uma vida feliz e preenchida de sentido é confrontar a nós mesmos(as). Nossos valores, nossas experiências e nossos sentimentos, adquirindo clareza sobre o propósito que queremos dar a nossa vida e onde queremos chegar, independente de quem teremos ao nosso lado, ou das dificuldades que vamos enfrentar.
UM DESAFIO CONSTANTE... estudos afirmam que as crianças se tornam capazes de regular suas emoções por meio da observação da atitude dos pais (ou cuidadores/as) em relação a elas ou a si mesmos(as). Portanto, os pais (ou cuidadores/as) são modelos importantes para as crianças no aprendizado da auto regulação e na sua capacidade de resolver problemas, ter interações satisfatórias, níveis mais altos de motivação, autoestima e conduta moral.
Adicionalmente, somos também demandados a observar nosso comportamento, emoções e pensamentos como forma de assegurar um bom convívio com os(as) outros(as), evitar e resolver conflitos, ter clareza sobre os problemas e manter o foco em direção a um objetivo.
No entanto, manter esse controle é desafiador e requer habilidades individuais e sociais complexas, como ter consciência dos possíveis desdobramentos de uma situação, monitorar de maneira consistente o próprio comportamento e ser capaz de se ajustar às situações ou se adequar para alcançar um objetivo.
Continue essa leitura em nosso e-book 3 - Autorregulação
Link para o e-book
Para facilitar a percepção e organização de tantas sensações Leah Kuypers, autora e terapeuta educacional, criou uma ferramenta bastante interessante: as zonas de autorregulação emocional.
Ela separou nossas emoções em quatro zonas: azul, verde, amarela e vermelha. A ferramenta é bastante aplicada em escolas e serve como bússola de autorregulação para os(as) alunos(as).
Para começar a se localizar nas zonas o primeiro passo é saber qual é o seu atual nível de energia. Você está cansado ou cheio de energia? Seu estado é de clareza sobre o que sente ou suas emoções estão desorganizadas? O que você sente é algo gostoso de sentir ou é algo que te gera incômodo?
O primeiro passo sempre será reconhecer que você tem emoções e que estas emoções são indissociáveis da sua inteligência e das suas decisões. Afinal, não é possível melhorar meu desempenho em um determinado aspecto se não reconheço as minhas próprias limitações neste dado aspecto. Com isso em mente, voltamos para as zonas de autorregulação de Leah Kuypers.
Zona Azul
Na zona azul os níveis de energia são mais baixos. Tristeza, cansaço, tédio e aborrecimento, por exemplo, se encaixam nesta zona.
Zona Verde
A zona verde é a zona ótima para estudo e trabalho. Se trata de um estado que o nível de calma e alerta estão na medida correta para produzir. Ele(a) pode estar satisfeito(a), focado(a), calmo(a) e pronto(a) para aprender.
Zona Amarela
Na zona amarela há um estado de alerta maior e os sentimentos estão aflorados, A zona amarela é comum ao se deparar com estresse, frustrações, ansiedade, nervosismo, agitação e entusiasmo.
Zona Vermelha
Estado de alerta e emoções intensas. Se trata de um momento de exaltação e euforia. Esta pessoa pode estar sentindo raiva, em pânico e/ou com algum tipo de exaltação. Podem indicar comportamentos explosivos.
Todas essas emoções e as quatro zonas descritas por Leah são absolutamente normais e fazem parte da vida de todos nós. Porém, para que tenhamos uma vida autogerida, é necessário saber reconhecê-las, nomeá-las e ter uma estratégia para que as suas ações se tornem aliadas e não empecilhos para os seus objetivos.
Continue essa leitura em nosso e-book 3 - Autorregulação
Link para o e-book
Como nosso sentimentos se relacionam com os nossos comportamentos? Elas prejudicam ou não prejudicam as decisões que tomamos?
Em termos biológicos, quando vivenciamos uma sensação intensa, algumas partes do nosso cérebro se tornam mais ativas e outras menos ativas. Se estamos com medo, por exemplo, nossa amígdala cerebral vai "sequestrar" nossa atenção colocando nosso corpo em modo de sobrevivência.
Se estamos tristes, provavelmente estaremos com pouca energia para tomar decisões e ações. Quando nos percebemos com raiva, é sabido que precisamos de muito controle para regular a impulsividade.
Tudo isso acontece automaticamente em nosso corpo. Para a Ciência do Comportamento, aquilo que chamamos de emoções ou sentimentos seriam o estágio inicial do comportamento. Ou seja, o comportamento começaria dentro do corpo, com a sensação que sentimos que, em algumas circunstâncias, vai para a fora do corpo através das ações, sejam elas explosivas, assertivas, passivas, etc. Como àquilo que sentimos surge antes daquilo que fazemos, é comum, os(as) pesquisadores dizem, entendermos que o primeiro causa o segundo.
Para a Ciência do Comportamento, portanto, a relação entre sentimento e comportamento é que eles são uma continuidade da mesma coisa, possuem a mesma natureza. Nesse sentido, os sentimentos não atrapalham os comportamentos mas, através das alterações corporais, sinalizam (lembram-se que nos módulos anteriores vimos que as emoções são disposições para se comportar?) os tipos de comportamentos externos que podem ser apresentados em uma dada situação.
Mas grande pergunta é: como tomar as rédeas dessa situação?
A melhor maneira de modular comportamentos indesejados é a prática. Isto é, para que apresente os comportamentos adequados e que sistematicamente gere resultados que vão me aproximar dos meus objetivos preciso identificar e treinar formas de recuperar a consciência e gestão sobre as minhas palavras e ações.
Continue essa leitura em nosso e-book 3 - Autorregulação
Link para o e-book
Link exercícios de fixação:
Link exercícios reflexivos:
Link para baixar o e-book da aula 3 - Autorregulação:
Link para deixar dúvidas e sugestões referentes à AULA 3:
Dizemos que uma pessoa está motivada ou automotivada quando, mesmo sem sabermos os motivos ou as motivações por trás do comportamento, a vemos engajada em uma atividade ou perseguindo um objetivo específico.
"Para cada ação que uma pessoa ou animal executa, nós perguntamos: 'Por que ele ou ela fez aquilo'. Quando fazemos esta pergunta, estamos perguntando sobre a motivação daquela pessoa ou animal... Questões sobre motivação, então, são questões sobre as causas de uma ação específica” (Mook, 1987).
As causas de uma ação podem variar sensivelmente conforme o indivíduo, entretanto, há uma força padrão que faz com que as pessoas sustentem determinados comportamentos. Assim, quando perguntamos os por quês, na verdade queremos saber, quais fatores sustentam o gostar, o querer ou o precisar que, muitas vezes, são usados como justificativas rápidas para a motivação pessoal.
A motivação é um fenômeno humano complexo e não pode ser explicada por um único fator ou ser simplesmente rotulada como presente ou ausente. Ela está mais para uma gradação que é resultado de diferentes variáveis - internas e externas - em interação em um dado momento. A motivação pode oscilar conforme mudam as variáveis envolvidas e, ainda, o sujeito pode sentir uma certa "competição interna" quando vivencia motivações divergentes ao mesmo tempo (ex.: finalizar uma série sobre um tema que adora ou estudar para uma disciplina que também gosta).
Muitos(as) estudiosos(as) têm buscado explicar de forma cada vez mais precisa o que seria a motivação e como ela se caracteriza. Dentre as muitas teorias criadas com esse intuito, se destaca a das Metas de Realização, que aponta "um conjunto integrado de percepções, crenças, atribuições e reações afetivas" (Bzuneck & Boruchovitch, 2016) como a razão pela qual a pessoa se engaja em um comportamento motivado. Tal teoria afirma que uma meta de realização é um propósito que orienta o comportamento para o estado final.
Quando aplicada no ambiente escolar, por exemplo, essa teoria diferencia dois tipos de meta de realização: a) meta de domínio, que se refere ao propósito de adquirir competência, conhecimento e de dominar a tarefa. Alunos(as) motivados por essa meta tendem a valorizar o próprio esforço e atribuem os fracassos à estratégias ineficazes; b) meta de performance, que se refere ao propósito de dedicar-se aos estudos para demonstrar competência, parecer ser melhor que os(as) outros(as) ou não parecer incompetente.
Apesar de as duas metas produzirem resultados, os(as) estudantes motivados pela de domínio tendem a ser mais perseverantes e engajam-se com mais qualidade nos estudos. Extrapolando o ambiente escolar, teóricos(as) da motivação concordam que as pessoas que se motivam por acreditarem em ganhos que superam as recompensas materiais são as que mais motivam-se e conseguem alcançar as metas - materiais ou não - que definem para si mesmas.
Continue essa leitura em nosso e-book 4 - Automotivação
Link para o e-book
É preciso distinguir dois termos: motivação e incentivo.
Incentivo é algo que posso receber de alguém ou fornecer a alguém. Por exemplo, posso incentivar um(a) funcionário(a) dando a ele(a) uma promoção, um prêmio, um aumento e um bom plano de saúde para a família dele(a). Ou posso receber um incentivo do governo para contratar mais funcionários(as) através de incentivo fiscal, que me permite pagar menos impostos.
Diferentemente do incentivo, a motivação não ocorre de fora para dentro, mas sim de dentro para fora. A motivação nos impele a agir para preencher necessidades intimamente conectadas a quem somos, aos nossos valores e as nossas crenças. Ela existe, em muitos casos, sem que haja vínculos com reconhecimentos materiais ou externos. A motivação é a nossa necessidade de atingir objetivos muitos autênticos.
Nesse sentido, se a motivação se refere aos motivos internos que fazem do indivíduo um ser único(a), a automotivação se concebe na manutenção desses motivos. Ou seja, na capacidade de manter-se conectado(a) e fiel ao que busca ao longo do tempo, ainda que o cenário ao redor sofra mudanças.
Continue essa leitura em nosso e-book 4 - Automotivação
Link para o e-book
A automotivação depende, portanto, do autoconhecimento. Saber sobre si, entender os próprios sentimentos e saber explicar quais elementos - materiais ou não - são valorosos para você e porquê, relacionando-os com seus comportamentos cotidianos, são elementos fundamentais para se desenvolver automotivação no sentido de buscar o que se quer alcançar.
O autoconhecimento, que energiza a automotivação, permite lembrar-se, no futuro e com baixa probabilidade de arrependimento, do porquê tomou determinada decisão no passado e, ainda, manter-se perseguindo o que se deseja mesmo que haja preguiça, dúvida ou cansaço. O que não significa dizer que as rotas não possam ser recalculadas de vez em quando ou que o objetivo final não possa sofrer alterações, mas, antes sim, de olhar para o percurso e ver que ele faz sentido, identificando o progresso e reconhecendo o que precisa ser fortalecido.
A automotivação se alimenta, de certo modo, da crença de que se é capaz de fazer tal coisa. A isso os(as) psicólogos(as) chamam de autoeficácia. Ou seja, ainda que alguém deseje muito alcançar determinado objetivo, se ela não acreditar ser possível, é pouco provável que ela se mantenha automotivada.
A reflexão sobre si - que inclui os conhecimentos que possui, as habilidades comportamentais e a destreza corporal - e sobre o contexto em que está inserido(a), bem como das condições que poderá enfrentar, geram, como resultado, uma hipótese da interação indivíduo X meio em um dado momento. Tendo essa hipótese uma possível consequência positiva, ou seja, que a interação trará benefícios para a pessoa, provavelmente haverá automotivação.
Mas, se a automotivação parte desse controle consciente e deliberado sobre si mesmo(a) ao longo do tempo, o que se pode fazer, além de oferecer recompensas materiais para que uma pessoa mantenha-se motivada?
Ela pode ser ensinada! Em outras palavras, é possível educar uma pessoa para ser automotivada, considerando princípios como disciplina, compaixão e empatia.
Continue essa leitura em nosso e-book 4 - Automotivação
Link para o e-book
1) O primeiro passo é ensinar a pessoa a desenvolver autoconhecimento, a partir da reflexão consciente e frequente sobre o que de fato importa para ela.
2) O segundo é identificar quais são os valores pessoais do indivíduo e, a partir deles, sinalizar os caminhos a serem percorridos para que eles, os valores, sejam vivenciados.
3) Oferecer desafios condizentes com a competência do indivíduo para que a autoeficácia se fortaleça. E, na medida em que ele(a) oferecer respostas adequadas ao desafio, reconhecê-las e comemorá-las.
4) Criar um ambiente empaticamente favorável sem abrir mão da disciplina. O que significa dizer que haverá compaixão com relação aos erros mas que os acordos firmados precisam ser cumpridos ainda que não haja motivação (ou preguiça) para fazer. Nesse sentido, vale a pena avaliar o porquê de a preguiça estar presente: a) será que a tarefa proposta não se relaciona com o valor pessoal?; b) será que o desafio está além da autoeficácia individual?
Continue essa leitura em nosso e-book 4 - Automotivação
Link para o e-book
Link exercícios de fixação:
Link exercícios reflexivos:
Link para baixar o e-book da aula 4 - Automotivação
Link para deixar dúvidas e sugestões referentes à AULA 4:
Empatia é uma habilidade socioemocional que indica a capacidade de ver o mundo pela perspectiva do(a) outro(a), ou seja, é compreender genuinamente os pensamentos e emoções de uma outra pessoa sem vincular essa compreensão a um julgamento de valor. É entender os motivos que fizeram com que tal pessoa agisse ou se sentisse de determinada forma e acolhê-la dentro de suas características individuais. É a isso que o senso comum chama de "pôr-se no lugar do outro(a)”.
Ao mesmo tempo, uma pessoa empática consegue discernir as próprias emoções e pensamentos dos da pessoa para quem dirige sua empatia. Ela sabe reconhecer o que é dela e o que é do(a) outro(a). É justamente nesse ponto, que vem o maior exercício de empatia: oferecer ao outro aquilo que ele(a) precisa ou deseja e não aquilo que você julga ser melhor para ele(a). Em grande medida a empatia se refere à capacidade de respeitar o(a) outro(a) dentro do seu próprio universo.
Estudos científicos sugerem que a empatia está presente na vida humana desde que nascemos. Psicólogos(as) do desenvolvimento infantil descobriram que os(as) bebês são solidários(as) diante do sofrimento de outros(as) bebês, mesmo antes de terem a percepção sobre a sua individualidade. Essa característica vai assumindo outras formas por volta dos dois anos de idade, que é quando a criança começa a perceber que o sofrimento do(a) outro(a) é diferente do seu próprio sofrimento.
Uma vez que a criança tem essa nova visão sobre o(a) outro(a), a maneira como os(as) pais(mães) a educam torna-se fundamental para fomentar a prática da empatia nas relações. Um exemplo é chamar a atenção da criança sobre como ela fez o(a) outro(a) se sentir ao agir de maneira errada, ao invés de apenas enfatizar “isso que você fez é errado”, sem explicar o porquê do erro ou relacionar com os sentimentos provocados no(a) outro(a).
Apesar de muitas vezes a empatia ser vista apenas como uma demonstração de compreensão e apoio ao sofrimento alheio e/ou entendimento das consequências do próprio comportamento sobre a vida de outra pessoa, ela também está relacionada ao partilhamento de uma experiência positiva.
Que dizer, além da oferta de "apoio, conforto e consolo" (Del Prette & Del Prette, 2005), ela também se refere à satisfação genuína pelas conquistas de terceiros, alegrando-se e validando os sentimentos das pessoas com quem o(a) empático(a) interage.
Esse casal de autores entende a empatia como uma classe da habilidade sociais, ou seja, uma série de comportamentos distintos mas que, no combinado, são pró-sociais e conceituam o termo como uma "capacidade de compreender e sentir o que alguém sente em uma situação de demanda afetiva, comunicando-lhe adequadamente tal compreensão e sentimento".
Del Prette & Del Prette, afirmam que a empatia promove melhora na auto-estima, facilitação na comunicação, ampliação de trocas e fortalecimento de vínculos entre os(as) envolvidos(as) na situação empática.
ATENÇÃO! A ausência de empatia frequentemente está relacionada ao comportamento antissocial e violento, no entanto, às vezes mesmo quem apresenta uma boa “capacidade de leitura” dos sentimentos alheios pode não ser genuinamente empático(a). Um(a) sociopata é perito(a) nessa capacidade e tende a usá-la a seu próprio favor, sem preocupar-se com os efeitos que pode causar na pessoa com quem interage. Nesse sentido, a boa “capacidade de leitura” dos(as) outros(as) só se faz empática quando acompanhada do sentimento de compaixão, relacionado à comportamentos de não julgamento, colaboração e/ou compartilhamento de alegria genuína.
Continue essa leitura em nosso e-book 5 - Empatia
A empatia é alimentada pelo autoconhecimento. Quanto mais consciência houver sobre as próprias emoções, mais facilmente se entende o sentimento do(a) outro(a).
Fato é que raramente as emoções são postas em palavras. Ao invés disso, elas surgem com frequência em formas não verbais como gestos, tom de voz, expressões faciais, etc., o que torna mais desafiadora a arte de compreender o sentimento do(a) outro(a).
Por essa razão o desenvolvimento da empatia passa também pela habilidade de escuta ativa e observação, pois quando as palavras de uma pessoa entram em desacordo com o que está sendo transmitido pelos seus gestos ou tom de voz, possivelmente a verdade emocional estará muito mais no “como” do que no “que” ela diz.
Continue essa leitura em nosso e-book 5 - Empatia
Comportamento empático:
1) Escutar verdadeiramente o que o(a) outro(a) tem a dizer, observar, prestar atenção.
2) Demonstrar interesse e preocupação;
3) Observar a própria linguagem e verificar se na fala há algo que possa soar como preconceituoso, agressivo, etc.;
4) Respeitar o tempo da outra pessoa para reagir a determinada situação e se colocar à disposição para ajudá-la no que for preciso;
5) Respeitar as necessidades do outro e compreendê-las dentro do contexto específico em que a pessoa vive.
Comportamento NÃO empático
1) Ao ouvir o desabafo de alguém, trazer relatos de que “com outra pessoa foi pior”, na tentativa de dar algum consolo;
2) Insistir para que alguém se comporte de determinada forma sem considerar se ela se sentiria confortável em demonstrar tal comportamento;
3) Pedir para que a pessoa reaja a determinada situação sem perguntar se ela precisa de ajuda para reagir;
4) Assumir que a pessoa age de determinada forma porque ela faz parte de uma grande categoria. Ex.: o(a) aluno(a) não traz as tarefas prontas de casa porque todo(a) adolescente é preguiçoso(a).
Continue essa leitura em nosso e-book 5 - Empatia
A empatia é capaz de gerar sentimentos de confiança mútua e compreensão, além de comportamentos de cooperação.
Ela permite que as pessoas encontrem juntas algum tipo de solução, ainda que temporária, para uma situação desafiadora.
A conexão criada pela empatia tem uma importância evolutiva social porque fortalece os laços, aumentando as chances de haver reciprocidade e elevando a probabilidade de sobrevivência de cada indivíduo dentro do grupo.
Um(a) idoso(a) parece querer atravessar uma movimentada avenida. Uma pessoa empática se aproxima e confirma se ele(a) realmente quer atravessar (buscar entender as necessidades do/a outro/a) e sinaliza para os carros que eles devem reduzir a velocidade (comportamento de cooperação). Assim, haverá maior probabilidade de que o(a) idoso(a) chegue ao outro lado da rua sem danos (sobrevivência em sociedade).
Continue essa leitura em nosso e-book 5 - Empatia
Link exercícios de fixação:
Exercício de Fixação
Link exercícios reflexivos:
Exercícios para Reflexão
Link para baixar o e-book da aula 5: Empatia:
E-book
Link para deixar dúvidas e sugestões referentes à AULA 5:
Para os(as) que gostam de ir além
Segundo o dicionário Aurélio, sentir-se vulnerável é o mesmo que sentir-se frágil, ferido(a) ou derrotado(a). O estado de vulnerabilidade, portanto, seria uma sensação de risco, de exposição e de perda de controle sobre algo que se deseja reter ou esconder. Visto que a sensação de estar vulnerável gera insegurança para quem a sente, é comum que as pessoas de modo geral tentem não se sentir vulneráveis e se esforcem para camuflar tudo aquilo que consideram indesejável, ou seja, as próprias características individuais tidas como vergonhosas.
Para muitas pessoas a vulnerabilidade está no centro da vergonha e do medo. Vergonha de demonstrar algo que não gostaria que fosse visto. Medo de parecer ser algo com o qual não gostaria de se assemelhar.
Segundo Brené Brown, professora e pesquisadora da Universidade de Houston e autora de quatro best-sellers do The New York Times, a vergonha de expor algo para outras pessoas está relacionada ao temor de ser criticado(a), julgado(a) ou rejeitado(a). Pode-se dizer que ela é fruto do auto julgamento de que “há algo sobre mim que não pode ser visto ou sabido pelos outros” porque, caso contrário, “corro o risco de não merecer a amizade, o amor familiar, o emprego, o respeito social, etc”. A vergonha é, antes de tudo, o receio da desconexão com aqueles(as) a quem dedica estima, mas não apenas, pode ser também o temor de perder ou não atender a uma imagem social.
Vergonha: é um sentimento intensamente doloroso relacionado à experiência de acreditar que somos defeituosos e, portanto, indignos de amor e aceitação.
Medo: na Ciência do Comportamento, é o nome dado à alterações corporais frente à situações que indiquem perigo – de qualquer natureza – presente ou iminente. Possui valor de sobrevivência evolutivo mas, entre humanos, acrescenta-se o elemento cultural na determinação do objeto do medo, intensidade e frequência de sua ocorrência. Ou seja, aprendemos sobre o que, como e quando devemos sentir medo.
Mas o ser humano é vulnerável. Não existe nenhuma pessoa que nunca tenha experimentado a sensação de insegurança sobre o que faz ou pensa, a incerteza da aceitação ou o medo da exposição. Todas as pessoas tem suas vulnerabilidades, mas na medida em que não se sentem boas o suficiente para serem amadas, respeitadas ou admiradas, pode parecer mais fácil fingir não se abalar e parecer invulnerável ou perfeito(a).
Segundo Brené Brown, perfeccionismo é um mecanismo de defesa, nada mais. Ele funciona como um escudo que usamos para parecermos fortes, para que ninguém nos machuque. E, considerando o valor de sobrevivência do medo, o perfeccionismo é, em parte, compreensível.
Entretanto, a vulnerabilidade humaniza. Aceitar e demonstrar a própria vulnerabilidade não significa ter que compartilhar questões delicadas da vida pessoal como todos(as). Ao contrário, significa, em um primeiro momento, admitir que possui fraquezas ou, ainda, gostos não validados pelos grupos em que está inserido(a), e que, mesmo assim, é merecedor(a) de afeto e conexão. E em um segundo momento, significa criar conexões e fortalecer vínculos a partir das próprias características, percebendo que as chances de ser socialmente aceito(a) não diminuirão entre quem conquistou o direito de ouvir o que tem a dizer.
Continue essa leitura em nosso e-book 6 - Vulnerabilidade
Para quem teme a desconexão, a saída mais comum é disfarçar as fontes da vergonha, ou seja, todas as características individuais das quais não se orgulha e que, se vistas, possam demonstrar fraqueza ou imperfeição.
Isso significa que não apenas situações traumáticas ou características que são consideradas um defeito, uma má qualidade, serão omitidas, mas, também, características que individualizam e tornam a pessoa um(a) sujeito(a) única(a) no mundo, como gostos pessoais, preferências profissionais, etc., que, por motivos diversos, a pessoa aprendeu que não tinha o direito de demonstrar, de perseguir.
Na tentativa de criar conexão, através da evitação da vulnerabilidade, busca-se o modelo ideal de comportamento que a sociedade prediz como certo, normal ou perfeito.
Como resultado da fuga aprendida das próprias características, surge o silenciamento dos traços genuinamente únicos e a condenação a uma vida idealmente distante da que se poderia experienciar. Perde de si mesmo(a) acreditando que ao ser o que os(as) outros(as) esperam que seja, encontrará a conexão, a aceitação.
Continue essa leitura em nosso e-book 6 - Vulnerabilidade
Atenção! Parecer invulnerável pode gerar armadilhas:
A primeira está na crença de que é possível silenciar aquilo que faz você se sentir vulnerável, entendendo que ao não olhar para ele ou não falar sobre ele, com compaixão e cuidado, ele deixará de existir. No entanto, quando um sentimento é amortecido, anestesia-se também outras emoções ligadas ao sentimento original e isso dificulta a tomada de decisões assertivas.
A segunda seria a de passar a vida vivendo de forma superficial, sem profundidade existencial, afinal, não há como ser quem de fato se é se o indivíduo não entra em contato consigo mesmo(a) e passa a maior parte do tempo tentando atender às expectativas alheias para garantir a aceitação.
A terceira se assemelha a uma ironia da vulnerabilidade emudecida: quando uma pessoa não se mostra de forma honesta por medo da desconexão, acaba por se desconectar, porque as conexões mantidas com base na omissão de características pessoais gera relações rasas. A conexão é resultado da autenticidade.
Continue essa leitura em nosso e-book 6 - Vulnerabilidade
A vulnerabilidade, quando aceita, não é fonte de tensão, medo e vergonha, mas sim, de auto-aceitação, criatividade, pertencimento e amor.
Isso porque, ao acolher a própria vulnerabilidade e valer-se dela como um elemento narrativo da sua própria história, algo que proporciona uma combinação única de características, a pessoa expande a autopercepção, compreende o que está por trás dos próprios sentimentos, aprende a agir de forma diferente e consegue fazer daquilo que seria uma dificuldade, um trunfo.
O comportamento de autorevelar-se, para si mesmo(a) ou para os(as) outros(as), está no âmago do autoconhecimento, da habilidade de autogestão e do estabelecimento da empatia e confiança mútua.
O que faz com que algumas pessoas estejam genuinamente conectadas com quem as rodeia, estabeleçam relações plenas e sejam socialmente aceitas do modo como são, é a vulnerabilidade. Ou melhor, é o modo como tratam a vulnerabilidade que carregam"
Em suas pesquisas, Brené Brown identificou que as pessoas a quem chamou de “corações-plenos” se diferem das que vivem em constante luta pessoal de não aceitação porque, simplesmente, têm a coragem de serem imperfeitas.
Essas pessoas sabiam que erravam, mas eram gentis consigo mesmas. Tinham paciência para saborear a própria evolução em termos de aprendizado pessoal, não condenavam-se mortalmente por algum descompasso e acreditavam que apesar de tudo, ainda eram merecedoras de atenção e afeto. Nesse contexto, a compaixão aparece como um sentimento importante porque, na medida em que os “corações-plenos” cultivam compaixão para si mesmos, conseguem direcioná-la para as pessoas com quem convivem. A coragem de mostrarem-se como são fazem as pessoas serem menos implacáveis nas relações. É como se dissessem: "respeito sua vulnerabilidade porque também tenho as minhas e gostaria de ser respeitado(a)." Diferente de: "se não posso ser quem gostaria de ser porque há risco de ser condenado(a), por que você pode viver de forma plena? Omita suas características porque eu já omito as minhas."
Além disso, elas ficam mais dispostas a abandonar quem achavam que deveriam ser para serem quem queriam ser, porque entendem que a conexão - inclusive consigo mesmo(a) acontece quando são vistas de forma verdadeira e genuína.
Continue essa leitura em nosso e-book 6 - Vulnerabilidade
Link exercícios de fixação.
Exercício de Fixação
Link exercícios reflexivos.
Exercícios para Reflexão
Link para baixar o e-book da aula 6: Vulnerabilidade.
Link para deixar dúvidas e sugestões referentes à AULA 6.
Para os(as) que gostam de ir além:
Vídeo de Brené Brown - Vulnerabilidade
Agora que você já aprendeu novas ferramentas para se conhecer e entender quem você é, prepare-se para aprender a criar relacionamentos mais prósperos e saudáveis.
As ciências que estudam a evolução da nossa espécie afirmam que os(as) Homo Sapiens são seres sociais, geneticamente programados(as) para estarem conectados(as) uns(umas) com os(as) outros(as). A predisposição genética combinada a um ambiente favorável, fez com que essas conexões, ou relações sociais, formassem a base da estrutura social na qual vivemos hoje.
Além disso, as relações sociais determinam os indivíduos que somos. Segundo Skinner, todo ser humano nasce em uma comunidade verbal (cultura/sociedade) e a modifica a partir das relações que estabelece, moldando-a e sendo moldado por ela. É no grupo que o ser humano se entende como indivíduo, se diferenciando dos demais.
Para Daniel Goleman, os comportamentos inatos relacionados à empatia, cooperação e altruísmo podem ser mais bem aproveitados a partir do uso da inteligência social.
Estudos apontam que a revolução cognitiva do Homo Sapiens iniciou por volta de 45.000 anos atrás. Acredita-se que por meio de mutações genéticas eles(as) foram capazes de pensar de uma forma sem precedentes e de criar uma linguagem peculiar, permitindo o compartilhamento de informações úteis para a sobrevivência dos grupos dos quais faziam parte. Desse modo, a troca de informações fortaleceu o comportamento de cooperação social que até os dias atuais é essencial para a permanência humana na Terra.
A revolução cognitiva favoreceu a construção de repertórios comportamentais variados, que, ao mostrarem seu valor para a sobrevivência dos(as) Sapiens, foram passados em forma de ensinamentos para outras gerações, sem a necessidade de evolução ou alteração genética. Criou-se assim uma cultura prevalecente, em que determinados comportamentos e atitudes são esperados por quem faz parte do bando (leia-se: sociedade).
Do estabelecimento de culturas adaptadas aos mais diversos contextos ambientais, emergiram novas estruturas sociais, atividades econômicas e outras naturezas de relações interpessoais (ex.: não havia a relação com colegas de trabalho, no sentido que hoje entendemos, antes da revolução industrial).
A vida em sociedade demanda destreza. Cada ambiente requer um conjunto diferente de comportamentos que juntos definem o quanto o indivíduo se sentirá integrado no grupo. Imagine o quão importante, nesse contexto, é a habilidade de perceber as emoções das outras pessoas - empatia - e agir em diálogo emocional - inteligência social - com elas.
Entretanto, para alcançar o domínio sobre essa habilidade, ou seja, para desenvolver uma inteligência social adequada, é muito importante aprimorar alguns comportamentos pró-sociais básicos, como: autoconhecimento, autogestão, empatia e assertividade.
Imagine uma cena onde um homem assustado, chora desesperadamente por ter sofrido um assalto. Ele se sente indefeso e confuso, sem saber o que fazer. Logo se aproxima um desconhecido, que ao demonstrar empatia e cuidado, consegue fazer com que ele relate o que aconteceu, permitindo que outros ofereçam ajuda e tomando as providências necessárias para tentar reaver os itens perdidos.
Na cena descrita acima, uma pessoa foi capaz de influenciar os comportamentos de outra pessoa sem nem mesmo conhecê-la. Essa influência - que também pode ser entendida como "dar um norte", "dar uma sugestão", "orientar para uma ação" - é um dos elementos da arte de relacionar-se.
O domínio sobre a expressão dos sentimentos em diferentes situações e o ajuste dos comportamentos aos contextos, mantendo-os em sintonia com os sentimentos e comportamentos das pessoas com quem interage, define as pessoas hábeis em inteligência social.
Quem assim é reconhecido(a), normalmente apresenta carisma e encanto social, têm facilidade em interpretar as reações e feições dos(as) que estão à sua volta, e tende a controlar situações de conflito com facilidade, de modo a orientar os(as) envolvidos(as) nos caminhos mais adequados.
Por outro lado, as pessoas que usam excessivamente a destreza em sintonizar suas atitudes e controlar expressões de emoção de acordo com os seus próprios interesses se tornam exímios atores(trizes) e campeões(ãs) da boa impressão, porém vazios. Daniel Goleman os(as) chama de “camaleões sociais”, pois são capazes de adaptar a forma de ser a depender de onde e com quem estiverem, escolhendo dar a resposta que o outro deseja ouvir ao invés de mostrarem suas ideias genuínas.
É fato que existem padrões sociais que determinam a forma como devemos reagir em determinadas situações. Lembre de quando você era uma criança e seu(sua) pai(mãe) deu orientações sobre como se comportar ao receber um presente: “você precisa ser gentil, sorrir e agradecer mesmo que não goste do presente do seu(sua) amiguinho(a)!”. Isso quer dizer que fomos treinados(as) e, sim, capazes de esconder, minimizar e até exagerar um sentimento em situações onde a escolha é preservar uma relação.
Fique atento! O que determina a verdadeira habilidade social é a capacidade de ser autêntico(a), respeitar os próprios sentimentos sem abrir mão da empatia na interação.
"Empatia é a raiz da solidariedade." Daniel Goleman
Quem nunca viveu uma situação onde sentiu uma alteração positiva enorme em seu humor, só por ter encontrado alguém cujo estado de espírito é vibrante? Aposto que o oposto também já deve ter acontecido. O seu humor está ótimo até encontrar aquela pessoa que vive reclamando da vida e expressando emoções negativas.
Pois aceite como um fato: os comportamentos que você emite contagiam o(a) outro(a)!
Mas como controlar o próprio impulso em emanar determinada emoção para alguém, e, ao mesmo tempo, proteger-se de sentimentos que não quero que me afetem negativamente?
"Rapport é a capacidade de se entrar no mundo de alguém, fazê-lo sentir que você entende e que vocês têm um forte laço em comum". Tonny Robbins
A técnica de rapport auxilia as pessoas a terem mais controle sobre os seus comportamentos. Esse controle as guia a um estado de sincronia com o(a) outro(a), gerando conexão, confiança, bem-estar e empatia. Veja abaixo os elementos que compõem o rapport:
Contato Visual: olhe nos olhos.
Expressão Facial: positiva.
Postura Corporal: de abertura e conexão (ex.: se pessoa estiver agachada, agachar-se também).
Equilíbrio Emocional: por meio do tom de voz, da escolha das palavras e da expressão facial.
Tom de Voz: timbre utilizado para conversar
Andamento: tempo e ritmo da conversa
Volume: intensidade da voz
Comunicação Verbal: palavras escolhidas
Comunicação Não-Verbal: gestos
DICAS PARA SE ENGAJAR EM UMA CONVERSA:
1) Chame seu(sua) interlocutor(a) pelo nome ; 2) Experimente sorrir, pois isso torna o tom de voz mais agradável e deixa o(a) interlocutor(a) confortável; 3) Seja otimista, transmita confiança e autoridade de maneira positiva; e 4) Escute o que o(a) outro(a) tem a dizer: de nada adianta aplicar técnicas se você não tiver paciência para ouvir aqueles(a) que estão falando com você.
Enquanto seres sociais, a comunicação articulada e intencional é uma das características de maior destaque do Homo sapiens.
Ela atravessa nossas relações e é por meio dela que nossa identidade enquanto indivíduo no mundo se fundamenta. O modo como nos comunicamos, portanto, diz muito sobre nós e, em muitas medidas, determina ganhos e perdas na vida.
O que é comunicação assertiva
Para o casal de estudiosos(as) das habilidades sociais, Del Prette e Del Prette, "a assertividade é uma classe de habilidades sociais de enfrentamento em situações que envolvem risco de reação indesejável do interlocutor, com controle da ansiedade e expressão apropriada de sentimentos, desejos e opiniões. Ela implica tanto na superação da passividade quanto no autocontrole da agressividade e de outras reações não-habilidosas".
Ao falar de enfrentamento, os(as) autores(as) se referem ao buscar fazer valer a própria vontade, opiniões e crenças, através do necessário posicionamento firme - mas educado - que muitas vezes permeia situações como as em que é preciso dizer não, defender-se de uma injustiça, contrariar uma expectativa ou resistir a pressão grupal.
Nesse sentido, ser assertivo(a) é se dar direito a voz, é legitimar seu direito de reinvindicação e defesa de suas vontades, mas sempre de forma respeitosa. A assertividade encontra-se, portanto, em um meio termo entre a agressividade e a passividade. Da primeira, herda a convicção de que pode solicitar por algo, a franqueza e a fala direta e objetiva, da segunda, herda o respeito aos direitos dos(as) outros(as) e às regras sociais, além da crença de que pela educação se vai mais longe.
No e-book anterior sobre gestão de conflito, a comunicação é citada como uma habilidade importante para fazer da situação de mútua oposição um momento de aprendizado resolutivo. Neste e-book teremos a oportunidade de conversar um pouquinho mais sobre o potencial de uma comunicação assertiva, prática e empática.
A força da assertividade
Segundo Del Prette & Del Prette, a assertividade "depende menos do que se diz e mais do como se diz e em que ocasião ou contexto". Essa observação é importante porque há muita confusão entre o comportamento de autoafirmação e a agressividade. Quando menores de idade, por exemplo, buscam defender-se ou afirmar-se são frequentemente julgados(as) por rebeldes, principalmente quando o contexto em que se encontram valoriza "o conformismo e o autoritarismo" (Del Prette & Del Prette).
Nos casos em que houver confusão, é importante procurar estabelecer um diálogo empático, porque a combinação da assertividade com a empatia aumenta consideravelmente a probabilidade de que um resultado favorável surja (lembra-se do modo "cooperação" do TKI?).
Mesmo quem não costuma ser assertivo(a) em suas interações, pode sentir-se tentado(a) a mudar de padrão ao perceber os resultados positivos alcançados por outras pessoas, quando estas sabem posicionar-se nos mais diferentes episódios do cotidiano.
Assim, a comunicação assertiva, pode funcionar como um modelo social, ou seja, algo a ser imitado e replicado, principalmente quando a pessoa assertiva ocupa um papel de autoridade como o de professor(a), líder no trabalho ou pais e mães.
Demonstrando assertividade
Veja alguns dos principais comportamentos de uma pessoa assertiva:
- Expressar sentimentos negativos (raiva, desagrado) de forma honesta e educada, ponderada.
- Falar sobre as próprias qualidades e defeitos;
- Concordar ou discordar de opiniões;
- Fazer e recusar pedidos;
- Lidar com críticas e gozações;
- Negociar interesses conflitantes;
- Defender os próprios direitos;
- Resistir à pressão dos(as) outros(as);
- Pedir mudança de comportamento.
Um conceito muito em voga ultimamente e que dialoga muito bem com a ideia de assertividade é o da comunicação não violenta ou, simplesmente, CNV. Desenvolvido pelo psicólogo Marshall Rosenberg nos Estados Unidos na década de 60, a partir da solicitação de promover um ambiente conciliatório entre alunos(as) brancos(as) e negros(as) nas escolas estadounidenses, foi o responsável pela transformação do ambiente escolar. Ganhou notoriedade pelos resultados que traz ao demonstrar aplicabilidade em diferentes setores, como o de gestão pública e empresarial.
Nas palavras de Marshall, a CNV se apoia na assunção de que "estratégias violentas - se verbais ou físicas - são aprendidas, ensinadas e apoiadas na cultura dominante" e que, nesse sentido, a cooperação, o acolhimento e a generosidade também podem ser adquiridos se o contexto propiciar.
A despeito da eterna possibilidade de ocorrência de conflitos entre os seres humanos, os(as) defensores da CNV acreditam que o modo mais fácil para se chegar a um consenso é através da criação e fortalecimento de vínculos. O estabelecimento de relações saudáveis e exitosas passa pela adoção de uma postura pacífica - que não significa ser complacente mas, sim, não bélico -, combinada a uma escuta atenta e sem julgamentos, no sentido de encontrar os pontos em comum entre as partes.
Em um debate, pessoas que aplicam a CNV não classificam as falas do outro em certo e errado, nem afirmam que suas próprias convicções são as únicas verdadeiras. Elas entendem que há diferentes pontos de vista e que a conversa não é uma disputa de onde sairá um(a) vencedor(a). Já as que não conhecem a CNV, muitas vezes entram em uma discussão sem o menor interesse em compreender o que o(a) outro(a) tem a dizer e só escutam a fala do(a) interlocutor(a) para se munir de contra-argumentos.
Assim, a CNV prega que ao invés de adjetivar os comportamentos do(a) outro(a) como exagerado, burro, problemático, egoísta, etc, deve-se criar espaço para dizer como nos sentimos perante as ações dele(a). Ou seja, que devemos informar quais consequências o agir alheio gera em nós e complementar que ao nos sentirmos de determinado jeito, podemos agir de forma tal que, para o(a) outro(a), tende a gerar outras consequências - muitas vezes nada positivas.
Tal proposta se dá pelo fato de quando uma pessoa é acusada de ser egoísta, por exemplo, ela tenderá a se defender e se justificar, muitas vezes sem refletir sobre os próprios comportamentos. Mas quando informamos que ficamos magoados ou frustrados e indicamos nossa vulnerabilidade, aumentam as chances de ele(a) rever o próprio agir, criando-se, assim, proximidade e confiança mútua.
Ao deixar de lado o tom acusatório, adota-se um modelo de comunicação efetiva preenchida da intenção de conciliação. A compaixão e a empatia são os ingredientes fundamentais para o alcance do bem comum.
A CNV se firma em 4 pilares:
1) Autoconsciência.
Para a CNV, tudo começa pelo autoconhecimento. Olhar para si mesmo sem julgar-se, reconhecendo as fraquezas e virtudes é o primeiro passo. Nesse sentido, analisar a comunicação que estabelecemos conosco e, por conseguinte, com os(as) outros(as) é de fundamental importância.
2) Linguagem
Se refere a avaliar o efeito das palavras sobre os(as) outros(as), observando se a palavra escolhida distancia ou aproxima as pessoas, cria ou soluciona conflitos.
3) Comunicação
Começa pelo exercício de que opiniões diferentes são naturais e que não há necessidade de uma se sobrepor a outra. Não é necessário que todos(as) concordem mas que se respeitem. Preste atenção sem, mesmo em diálogos simples do dia a dia, você procura de fato ouvir ou está apenas aguardando a sua vez de falar.
4) Influência
Tem a ver com difícil mas importantíssimo exercício de aceitar que nem tudo está sob nosso controle e que é preciso dividir o poder com quem está perto de nós. O partilhamento do controle envolve o reconhecimento de que a dominação sobre os(as) outros(as), ainda que tentadora, não é o caminho socialmente mais saudável para se alcançar os objetivos.
Os benefícios individuais e sociais da CNV são muitos. Aqui listamos apenas alguns a título de exemplo:
Redução das agressões físicas e verbais
Resolução e mediação pacífica de conflitos
Fortalecimento da empatia
Abertura ao diálogo
Transformação e manutenção de/em relacionamentos saudáveis
Promoção de ambientes acolhedores
Sinalização de comportamentos adequados e socialmente desejáveis
Implementação de uma cultura cooperativa e de crescimento mútuo sustentado
Se você, assim como nós, acredita na importância de uma comunicação assertiva, baseada na não violência, para a promoção de um ambiente de convivência humana mais confortável, confira essas dicas para praticar a CNV no dia a dia.
1) Buscar se comunicar sem impor julgamentos do tipo "certo" ou "errado"
2) Abandone o tom acusatório e implemente um tom conciliatório e empático.
3) Explique suas ideias e necessidades com franqueza, clareza e objetividade. Você não será uma pessoa mais fraca se for honesta.
4) Não faça comparações entre as pessoas, nem entre si mesmo(a) e os(as) outros(as).
5) Busque os pontos em comum entre as partes envolvidas em um conflito. Provavelmente será por aí que encontrarão o laço conciliatório.
6) Reconheça seus próprios julgamentos e pondere sobre eles. Quais preconceitos você possui que podem limitar uma conversa empática?
7) Observe suas emoções e trabalhe sobre as desconfortáveis.
8) Antes de responder a uma agressão verbal, preste atenção no contexto: são frequentes e vindas da mesma pessoa? O que a pessoa tenta comunicar e não consegue? O que aconteceu antes da agressão verbal? O que aconteceu depois? Como você costuma reagir? Como você deveria reagir? Faltou empatia?*
*Essas dica não é aplicável em situações de abuso psicológico, sexual, etc. Se este for o caso, é importante buscar os meios legais para resolver a questão, além de um suporte psicológico profissional para manejar o trauma.
Vamos falar de conflito porque ele tem tudo a ver com Inteligência Emocional!
Pessoas com educação emocional têm as habilidades necessárias para compreender e responder adequadamente aos comportamentos dos(as) outros(as), bem como capacidade para gerenciar e resolver conflitos sem prejudicar os relacionamentos.
O conflito tem um papel fundamental na construção da sociedade, e ele faz parte do cotidiano. Um mundo sem oposições significa um mundo sem diversidade, sem criatividade, mudanças, evolução, melhorias e cultura.
Conflito é a falta de entendimento entre duas ou mais partes. As causas do conflito podem ser incompatibilidade de ideias, modos de agir, gostos, ou ainda por diferenças nas experiências de vida, além das sociais, étnicas, políticas e outras.
Em algum momento você já deve ter se sentido incompreendido(a) ou injustiçado(a), e nessa situação invadido(a) por um misto de sentimentos de raiva, tristeza ou uma necessidade de se sentir entendido(a) e apoiado(a). Situações assim, quando não são bem conduzidas podem levar a um distanciamento ou rompimento da confiança numa relação.
Por outro lado, uma situação conflituosa também pode ser conduzida de forma a criar novas possibilidades, expandir relações e experiências. Mas para isso é fundamental reconhecer a legitimidade do ponto de vista das pessoas envolvidas no conflito, afastando vieses que podem te levar a conclusões equivocadas, do tipo “ahhh, mas se é fulano(a) então isso só pode estar errado”.
Estar disposto(a) a escutar um ponto de vista diferente do seu, entender a necessidade do(a) outro(a) - mesmo que ela seja conflitante com a sua, examinar as possibilidades sem fazer inferências sobre o comportamento alheio do tipo "ele(a) sabe que me incomoda e faz de propósito", é o caminho para a resolução de problemas de forma criativa e construtiva, focando na melhoria das relações.
Quando entramos em uma situação conflitante nos sentindo ameaçados(as), o conflito então é visto como negativo. Esse tipo de conflito se caracteriza por maus julgamentos e por percepções equivocadas, pois em geral, as pessoas assumem que a oposição é contra a pessoa delas, contra o(a) indivíduo que são, e não contra uma ou outra ideia em particular.
Isso não quer dizer que alguns conflitos não atinjam valores muito caros, aqueles inegociáveis e que sustentam sua identidade em todos os sentidos. Nesse caso, muitas vezes sentimos nossas verdades ameaçadas e reagimos vigorosamente. No entanto, ainda que situações como essas ocorram e que você não esteja disposto(a) e ceder ou negociar, vale a pena ouvir o que o(a) outro(a) tem a dizer. São nesses momentos que temos a rara oportunidade de saber como o(a) outro(a) nos enxerga, compreende nosso mundo e o critica. Além disso, também surge uma chance de, de forma educada e respeitosa, apresentar seu ponto de vista e se afirmar enquanto ser pensante.
Quando o conflito é visto de forma positiva, é natural que os envolvidos entrem na discussão em busca de uma solução ou de uma compreensão mútua. Dessa forma a discussão é sobre as ideias, e não sobre as pessoas que colocam as ideias. A motivação para resolver o problema pode ser ou não a mesma. De um lado pode haver alguém em busca de alterar o estado atual das coisas, do outro pode estar alguém que não está insatisfeito mas, sendo empático(a) e reconhecendo o desconforto do(a) outro(a), se mostra disposto(a) a escutar, entender e encontrar alternativas para solucionar o incômodo.
Conflito é o meio pelo qual os problemas ou diferenças podem ser manifestados e no qual podemos chegar a soluções que promovam mudança pessoal e/ou social.
Veja quais são as características de pessoas com inteligência emocional e boas solucionadoras de conflitos:
- possuem disposição para vivenciar diversas experiências
- apresentam habilidade de atuar com ideias
- têm gosto pelo novo e pensamentos criativos
- são provocadores de motivação
O Instrumento de modos de conflito Thomas-Kilmann (TKI) avalia o comportamento dos(as) indivíduos em meio a situações de conflito, isto é, situações nas quais as preocupações de duas pessoas são aparentemente incompatíveis. Nessas situações, o TKI descreve o comportamento de uma pessoa através de duas dimensões básicas:
(1) assertividade: a intensidade com que o(a) indivíduo tenta satisfazer suas próprias preocupações
(2) cooperação: a intensidade com que o(a) indivíduo tenta satisfazer as preocupações dos demais.
Essas duas dimensões do comportamento são usadas para definir os cinco métodos de como lidar com conflito a seguir.
COMPETIÇÃO
A Competição é assertiva e não cooperativa, um modo orientado pelo poder. Ao competir, o(a) indivíduo busca satisfazer suas próprias preocupações às custas de outra pessoa, recorrendo ao tipo de poder que lhe parecer apropriado para conquistar sua posição. Competir pode ter o significado de defender seus direitos ou uma posição que você acredita ser correta, ou simplesmente tentar vencer.
COLABORAÇÃO
A Colaboração é ao mesmo tempo assertiva e cooperativa. Ao colaborar, o(a) indivíduo procura trabalhar com a outra pessoa no sentido de encontrar uma solução que satisfaça completamente as preocupações de ambos. Colaborar envolve aprofundar-se no problema a fim de identificar as preocupações básicas dos(as) dois(as) indivíduos, bem como encontrar uma alternativa adequada a ambos os cenários de preocupação. A colaboração entre duas pessoas pode assumir a forma de exploração de certa discordância para absorver os pontos de vista de ambas as partes, solucionar determinada condição que de outra forma os levaria a competir por recursos, ou confrontar e tentar encontrar uma solução criativa para um problema interpessoal.
CONCILIAÇÃO/ COMPROMISSO
A Conciliação é intermediária entre a assertividade e a cooperação. Ao conciliar, o(a) indivíduo procura encontrar um meio, uma solução mutuamente aceitável que satisfaça parcialmente as duas partes. A conciliação se enquadra em uma posição intermediária entre competição e concessão, com um grau mais elevado de renúncia em relação à competição, porém inferior à concessão. Da mesma forma, a conciliação aborda um problema mais diretamente que a evasão, mas não o explora tão profundamente quanto a colaboração. Conciliar pode ter o significado de chegar a um meio termo, fazer concessões ou buscar uma rápida posição imparcial.
EVASÃO/ FUGA
A Evasão é não assertiva e não cooperativa. Ao evitar, o(a) indivíduo não procura satisfazer imediatamente suas preocupações ou as da outra pessoa. O(a) indivíduo não aborda o conflito. Evitar pode assumir a forma de desviar-se diplomaticamente de um problema, postergá-lo para uma melhor ocasião ou simplesmente esquivar-se de uma situação ameaçadora.
CONCESSÃO
A Concessão é não assertiva* e cooperativa, o oposto de competição. Ao conceder, o(a) indivíduo ignora suas próprias preocupações e se dedica a satisfazer às preocupações do outro; há um elemento de auto sacrifício nesse modo. A concessão pode assumir a forma de generosidade ou caridade abnegada, ceder às ordens da outra pessoa mesmo não desejando fazê-lo ou consentir com o ponto de vista do(a) outro(a).
*Precisamos fazer uma ressalva sobre o conceito de "assertividade". Neste curso, já o citamos algumas vezes, assumindo o sentido de expor com franqueza e educação aquilo que acredita e deseja, mas, no caso do TKI, a assertividade é tomada em outro âmbito em que parte contempla a fala sobre o que se busca, parte entende essa fala como sendo incisiva e mandatória.
De acordo com o TKI, não existe um modo certo mas pelo menos 5 métodos diferentes de gerenciar um conflito, entretanto cada indivíduo tem uma preferência ou um modo dominante para atuar nessa situação. A boa notícia é que as pessoas são capazes de atuar em qualquer um dos cinco métodos de gerenciamento de conflito. Isso é só uma questão de treino.
O método dominante está relacionado a um padrão comportamental, e por ser usado frequentemente pode deixar o(a) indivíduo mais confiante ao usá-lo, embora não seja eficaz em 100% dos conflitos. Além disso, em alguns casos, pode trazer certo desconforto, principalmente quando a pessoa não sabe agir de outra forma.
Por mais que pareça estranho ou desconfortável, aprender a usar os métodos não dominantes é fundamental na condução de um conflito. Muitas vezes em uma só situação será necessário usar vários métodos diferentes para alcançar o resultado esperado… se imagine numa negociação de troca de horário com um(a) colega de trabalho.
A sua posição inicial é de competição, porque tem interesse em ficar com o melhor horário de acordo com a sua necessidade, mas percebe que a outra parte conduz a conversa sugerindo uma fuga porque para ela tanto faz essa troca acontecer ou não. Isso não é nada bom, pois você realmente precisa alterar o horário em que trabalha atualmente. Logo, a sua estratégia se ajusta para uma abordagem de conciliação.
A depender de como a discussão se desenrolar, pode ser necessário usar outro método ou até voltar para algum usado anteriormente até que você chegue na melhor solução, mantendo a boa relação com seu(sua) colega de trabalho.
Para todo conflito sempre há uma solução (ou talvez centenas de soluções), mas elas só serão encontradas se as partes envolvidas estiverem dispostas a negociar.
Uma vez que essa disposição exista, então a consciência emocional precisa entrar em ação pois a melhor forma de resolver um conflito estará na sua habilidade de se comunicar de forma eficaz, ajustando o seu comportamento de acordo com a situação, tendo empatia para compreender a necessidade do(a) outro(a) e autorregulação para reconhecer os sentimentos envolvidos e conduzir a discussão.
Adicionalmente, lembre-se de usar o método mais adequado (competição, colaboração, compromisso, fuga ou concessão) de acordo com o resultado que você precisa alcançar. Resolver conflitos de forma saudável vai gerar confiança e fortalecerá o relacionamento, qualquer que seja ele.
Ao ouvir a palavra negociação, pode ser que você pense em um diálogo duro, de difícil solução e que envolva a disputa por algo. Ou talvez, uma situação em que há dois lados adversários buscando valer o seu próprio ponto de vista. De fato, em uma negociação há alguma questão conflitiva que demanda conversas para que uma decisão seja tomada.
Entretanto, a noção de lados opostos ou adversários disputando algo pode levar a negociação a uma polaridade e atrair para o processo uma carga emocional incômoda que afasta as partes envolvidas da solução.
Entende-se por diplomacia a ação civilizada e pacífica de se relacionar com diferentes grupos. Essa é uma habilidade que determinada pessoa possui para conduzir as relações interpessoais e resolver conflitos de forma equilibrada.
Neste e-book, inspirado no livro Negociando o Inegociável, de Daniel Shapiro, falaremos sobre como podemos desenvolver apreciação para resolver as diferenças e lidar com antagonismos, sem o uso da violência ou de ofensas. Abordaremos também a importância do respeito e sensibilização pelo ponto de vista do(a) outro(a) nas mais diferentes situações.
Por fim, você descobrirá que Negociação & Diplomacia são competências que requerem a compreensão do impacto das emoções em si e nas outras pessoas.
Você teve algum conflito nos últimos dias? Uma discussão familiar, problema no trabalho, desentendimento no trânsito? Essas e tantas outras situações do dia a dia ilustram como o conflito faz parte da rotina.
Alguns mais complexos, outros mais simples. O fato é que independente da complexidade, o conflito envolve, em algum nível, a necessidade de defesa da sua identidade ou valores, e essas são coisas que provavelmente você não quer negociar!
Imagine as seguintes situações:
Um casal discute quais são os valores mais importantes para criarem seus(suas) filhos(as). O marido defende a apreciação pela diversidade de gênero, enquanto a esposa se recusa a aceitar porque isso conflita com a sua crença religiosa.
Pais/mães não permitem que o(a) filho(a) se case fora da sua religião, classe social ou etnia. O(a) filho(a) por sua vez não quer renunciar ao amor da sua vida.
Sócios(as) de uma empresa estão discutindo quais são os valores que vão nortear as decisões. Um(a) defende a priorização o lucro e o(a) outro(a) defende o bem-estar dos(as) colaboradores(as).
Os conflitos que envolvem a defesa da identidade são carregados de emoções diversas que, para alguém com pouco autoconhecimento e autorregulação, podem até paralisar a discussão. Ou ainda, podem colocar as partes envolvidas num ciclo interminável de contra-argumentações e tornar impossível a resolução pacífica.
Daniel Shapiro afirma que negociar é um processo mas não é a única maneira de lidar com as diferenças. Usualmente, uma das formas para lidar com o que é distinto de nós é não falar sobre o problema, ignorá-lo e permanecer no “status quo”. Também é possível recorrer à mediação, trazer um(a) terceiro(a) para ajudar a conversar. Outra maneira é por meio de arbitragem, um(a) árbitro(a) toma a decisão. Um tribunal oferece um(a) juiz(a), essa é outra maneira de lidar com as diferenças. Também é possível usar a violência, o que seria uma má ideia. De todas as alternativas, a negociação é a ferramenta mais poderosa, porque você tem mais controle sobre o processo de sua conversa, sobre o que você vai dizer, quando você vai dizer, e mais: se você quer se comprometer com o acordo e suas consequências ou não.
A sensação de ameaça por quem você é ou pelo que você defende, o(a) coloca em um estado de alerta e um conjunto de forças emocionais podem atraí-lo(a) para o conflito. E tudo bem, já que conflitos (internos ou externos, individuais ou coletivos) são algo quase indissociável de nós, seres vivos.
Uma vez em conflito, a forma como você e a outra parte se relacionam parecerá distante. É como se houvesse um abismo entre vocês, que está preenchido de valores que não se conversam. Nesse espaço residem dinâmicas emocionais que podem impedir a cooperação.
Neurocientistas descobriram que a angústia da rejeição social (sentimento comum em situações de conflito) fica registrada no córtex cingulado anterior, a mesma parte do cérebro que processa a dor física. Sendo assim, seu cérebro reage à rejeição da mesma forma que reage a um soco no estômago. Isso pode explicar o porquê de você resistir à cooperação, mesmo em uma situação em que isso vá ao encontro dos seus interesses.
Nesse contexto, é fundamental estar atento(a) às emoções pois elas servirão como mensageiras, sinalizando se a situação está se desenrolando a seu favor ou não. Caberá a você perceber e decodificar esses sinais para ajustar seu curso para um desfecho pacífico e que assegure uma boa relação entre as partes envolvidas após o conflito.
“A negociação pode ser usada para o bem e para o mal. Está em nosso poder tomar essa decisão.” – Daniel Shapiro.
A atitude diplomática assegura um convívio sadio entre vários grupos sociais, fazendo com que as particularidades e interesses de cada um sejam defendidos e representados. Atuar com diplomacia demanda conhecer a si mesmo(a), e isso inclui reconhecer quais são os valores que definem a sua identidade.
A sua identidade reflete quem você é, o que considera importante. A identidade é a história contada e sentida por você mesmo(a). Se você se sente inseguro(a) sobre quem é ou o que representa, decisões de todos os tipos se tornam problemáticas. Portanto, compreender melhor o(a) outro(a) e ajustar a sua abordagem ao problema pode se tornar uma tarefa muito complicada.
Em seu livro, Shapiro explica que conflitos que representam uma ameaça à sua identidade podem causar o “Efeito das Tribos”. Esse efeito, que é uma metáfora, faz alusão a uma "mentalidade antagonista" que coloca a sua identidade contra a do(a) outro(a), e o(a) estimula a desvalorizar a perspectiva do(a) outro(a) simplesmente porque é dele(a). Este padrão reativo pode mantê-lo(a) refém de sentimentos polarizados por horas, dias ou anos, perpetuando-se por gerações através da narração de histórias, por exemplo.
O Efeito das Tribos tem um viés de autopreservação, diminuindo a sua abertura para a colaboração. Essa situação o(a) leva a priorizar seus próprios interesses, e se a outra parte fizer o mesmo, ambos(as) reforçarão o conflito que pretendem resolver. Fique atento aos sinais!!!
- Antagonista: você tende a enfatizar as diferenças ao invés de buscar as semelhanças. O(a) antagonista sofre uma espécie de amnésia relacional, ao deixar de lado as experiências boas vividas com a outra parte e foca apenas nas ruins.
- Impositiva: você tem a convicção de que a sua perspectiva não só está certa, como é moralmente superior.
- Fechada: você molda sua identidade numa entidade fixa, acreditando que não só a sua, mas também a identidade do(a) outro(a), é imutável. Sendo assim, você não está aberto(a) a ouvir as preocupações do(a) outro(a), critica a sua perspectiva e condena o seu caráter. Ao mesmo tempo não ousa reavaliar as suas próprias ações.
Ao entrar em um conflito, exerça a empatia e a vulnerabilidade, busque se conectar com as necessidades e preocupações de quem está do outro lado, para que juntos encontrem alternativas criativas para solucionar a questão. Se o conflito em algum momento ameaçar a identidade de uma das partes, é muito provável que um problema solucionável se torne intransponível. Evite sucumbir ao Efeito das Tribos. Fique atento aos sinais e busque adotar um espírito cooperativo.
Metaforicamente falando, as tentações são forças emocionais que saturam a capacidade de discernir e promovem comportamentos de oposição quando você sentir a sua identidade ameaçada.
Veja abaixo quais são essas tentações e como resistir a elas:
VERTIGEM: é um estado de consciência distorcida no qual um relacionamento consome suas energias emocionais. Ela reduz a capacidade de reflexão sobre seus próprios pensamentos e sentimentos, e acentua a probabilidade de repetição dos mesmos padrões de comportamento que o(a) impedem de evitar ou sair de um conflito.
Sabe aquela pessoa com quem você sempre discute quando a encontra? E o detalhe é que não importa a situação, você e essa pessoa sempre acabam discutindo pela mesma coisa; e depois você se questiona sobre como pôde ter mais uma vez entrado naquela mesma discussão de sempre. Pois é... você pode estar em estado de vertigem com essa pessoa.
A vertigem o(a) leva a estereotipar a outra pessoa de acordo com as experiências (negativas) já vividas com ela.
Uma vez estereotipada, é natural estar focado(a) em colecionar evidências que confirmem a sua visão. Essa claustrofobia emocional obstrui as suas relações. Superar a vertigem significa superar a fixação e enxergar o(a) outro(a) por novas lentes.
Esteja consciente dos sintomas da vertigem. Você está consumido(a) pelo conflito? Obcecado(a) com os erros cometidos pela pessoa ou hipersensível às críticas que ela te fez? Se estiver consumido(a) pela vertigem então pare, respire e tente recuperar a perspectiva antes de continuar a discussão.
Saia do estado de transe e lembre-se do seu propósito. Se questione sobre qual é o seu propósito nesse conflito. Outra saída pode ser mudar o assunto.
Expanda seu campo de visão. Desacelere e tente ouvir o que o(a) outro(a) tem a dizer.
Externalize o negativo. Ao visualizar uma cena típica de conflito que você vive repetidamente, lembre-se dos sentimentos dominantes que o levaram a ter reações negativas. Por fim crie estratégias para lidar com essas emoções na próxima vez e use seu autocontrole para resistir a tentação de entrar em vertigem.
COMPULSÃO À REPETIÇÃO: é um padrão de comportamento autodestrutivo, em que você faz algo repetidamente quando preferia não fazer, colocando-se em uma situação indesejada que pode trazer consigo sentimentos relacionados à culpa, frustração e decepção consigo mesmo(a).
Ao sofrer uma ferida emocional dolorosa, seja por agressão, abuso ou profunda mudança das circunstâncias que o(a) circundam, é provável que seu senso de autopreservação o(a) mantenha distante dessas memórias, e por isso você se torna hipervigilante aos estímulos que indiquem situações semelhantes as que viveu.
Embora a forma mais adequada de lidar com feridas emocionais seja encará-las de frente, a compulsão à repetição oferece uma saída à tensão vivida, através da tentativa de dominá-las sem lidar diretamente com elas.
Em outras palavras, você se sente encorajado(a) a repetir o mesmo velho conflito, e embora você se sinta presente no momento do conflito, estará, na verdade, vivendo o passado.
Para quebrar esse ciclo é preciso que:
- Perceba a compulsão à repetição o mais cedo possível, identificando quais são os gatilhos (situações que acontecem ao seu redor) que instigam a tensão.
- Observe o comportamento disfuncional que você reencena sempre que está em conflito (raiva, medo, afastamento).
- Recupere o poder sobre os seus sentimentos e lembre que suas emoções são exatamente isso: emoções. Você tem o poder para responder a eles como quiser. Trace ações possíveis para desempenhar no momento em que a situação conflitiva voltar a ocorrer.
TABUS: são proibições sociais que dificultam as relações de cooperação.
A compulsão à repetição e os tabus são sistemas projetados para defender a sua identidade de danos. Enquanto a repetição à compulsão usa mecanismos psicológicos para “protegê-lo” de pensamentos, sentimentos e comportamentos indesejáveis, os tabus usam mecanismos sociais, como o ostracismo, para isso.
Como nem sempre estamos cientes de quais são os temas tabu para o(a) outro(a), é possível que sem querer você se depare com ele. E então uma conversa difícil, se torna ainda mais difícil de ser conduzida.
Em geral os tabus protegem os valores e as normas de uma comunidade e surgiram por um determinado motivo no passado mas que persistem até os dias atuais, ainda que a justificativa para sua existência não possa mais ser reconhecida no momento presente. Para evitar situações constrangedoras, segue abaixo alguns pontos de atenção:
- Fique ciente dos tabus em sua própria vida. Para algumas pessoas, até a expressão de determinadas emoções é inaceitável.
- Estabeleça uma zona segura, pois tratar de tabu significa pensar o impensável ou discutir o indiscutível. Portanto sempre esclareça o objetivo e os limites da conversa.
- Crie uma estrutura para decidir como tratar um tabu. Você pode decidir aceitá-lo (considere os custos e benefícios de preservar o tabu), amolecer (estar aberto a falar sobre o tema tabu) ou quebrar (renunciar ao tabu e assumir a responsabilidade pessoal para reparar as relações impactadas com essa quebra).
ATAQUE AO SAGRADO: é um ataque aos pilares mais significativos da sua identidade. É um ataque ao que percebemos estar imbuído de significado divino ou inviolável. Em geral as pessoas diferem em suas convicções sobre o que é sagrado, e isso pode se tornar um obstáculo à negociação.
O maior desafio na negociação do sagrado- e a razão pela qual emoções como raiva, medo e vergonha surgem - é a realidade desconfortável de que a resolução requer sacrifício, portanto:
- Sensibilize-se sobre o sagrado tomando consciência do que cada parte considera sagrado e respeite esse limite.
- Reconheça o que cada lado considera sagrado e não tente mudar a crença do outro. Faça com que o seu respeito e consideração sejam percebidos.
POLÍTICA DA IDENTIDADE: é a manipulação de sua identidade para avançar em um propósito. Há 2 mil anos atrás, Aristóteles citou que os seres humanos são, por natureza, animais políticos. Todas as suas palavras e ações transmitem uma mensagem sobre a sua posição política em relação aos(as) outros(a). Por exemplo, é possível se associar a grupos específicos para melhorar suas chances de alcançar um propósito. Entretanto sempre existirá um preço a pagar pela escolha de um grupo em detrimento do outro.
Sempre que o indivíduo se posiciona a respeito de algo, existe uma finalidade por trás disso (um interesse) e um preço a pagar (uma consequência).
Daniel Shapiro reforça que “a política de identidade é uma questão de poder, e o poder é relacional: você o conquista por meio de sua relação com os(a) outros(a). A política de identidade negativa pode prendê-lo em relações contraditórias que podem levar seu conflito em direção ao Efeito das Tribos. Políticas de identidade positivas, por outro lado, podem promover relações de cooperação. A estratégia subjacente da política de identidade positiva é direta: defina quem você é, não quem você não é. posicione-se persistentemente para maximizar a parceria e minimizar o ressentimento.”
O caminho para a reconciliação é o que as pessoas buscam. Ao passar por ele nos deparamos com aceitação, mudanças, contradições, disputa e outras questões que podem nos aproximar ou não da tão desejada reconciliação.
Enquanto estiver nesse caminho, concentre-se no poder da redenção que abre espaço para a cooperação. A vingança pode minar os relacionamentos e deve ser evitada numa negociação. A reconciliação é uma escolha que você pode fazer ao acreditar que a mudança é possível. Portanto se você estiver agora em um conflito, dê a ele a atenção que ele merece e lembre-se de que “a luta fundamental da reconciliação não é com as outras pessoas, mas dentro de você mesmo(a)."
Você já aprendeu sobre você. Você já aprendeu a ter melhores relacionamentos. Agora é hora de construir os seus sonhos.
Você já ouviu falar na Carol Dweck?
Ela é professora de psicologia na Universidade de Stanford, especialista internacional em sucesso e motivação, e autora do best-seller “Mindset: A Nova Psicologia do Sucesso”.
Em seu livro ela explica como a atitude mental com a qual encaramos a vida, ao que ela chama de “mindset”, é crucial para o sucesso.
Segundo a Carol, as crenças pessoais têm forte influência sobre o que desejamos e as chances de consegui-lo. Por exemplo, se você acredita que uma pessoa precisa nascer com um dom para ter sucesso em algo, provavelmente também acredita que quem não o tem nem deve se esforçar muito para ter sucesso em determinadas profissões (seja no esporte, música, arte, cálculos, etc).
Crenças pessoais, como esta citada acima, orientam grande parte das nossas vidas porque elas servem como base para a tomada de decisão. Segundo o livro da Carol, “uma parcela significativa do que você acredita ser a sua personalidade na verdade é gerada por esse mindset (atitude mental). E muito do que impede a realização do seu potencial é também produto dele”.
O mundo não é dividido entre sucessos e fracassos, mas sim entre os que aprendem e os que não aprendem.
Todos os seres humanos são diferentes uns dos outros na forma de pensar, de ser ou agir. Alguns cientistas afirmam que essas diferenças estão pautadas por questões físicas, como o tamanho do crânio, ou pelos genes.
Entretanto, outros cientistas apontam para fatores como as experiências pessoais, treinamento ou formas de aprendizado, como cruciais para haver essa distinção entre as capacidades dos seres humanos. Você se surpreenderia em saber que um dos defensores dessa teoria é o Alfred Binet, criador do teste QI (Quociente de Inteligência)?
Pois bem. O grande objetivo do Alfred ao criar esse teste não foi identificar a capacidade intelectual imutável de uma pessoa, mas sim identificar quais seriam os programas educativos apropriados para elevar o nível de aprendizado. Sem negar as diferenças nos intelectos infantis, Alfred acreditava que não existe uma quantidade imutável de intelecto, e que com prática e treinamento todos são capazes de se tornarem mais inteligentes do que eram antes.
Portanto, as pessoas podem nascer com diferentes temperamentos e aptidões, mas isso não as definem pelo resto das suas vidas!
Por outro lado, a opinião que as pessoas adotam sobre si mesmas afetará profundamente o curso das suas vidas. Para o bem ou para o mal.
Ao exercitar o mindset de crescimento, você aprende que o esforço deflagra a capacidade e a transforma em realização!
Ao se abrir para o crescimento, você se torna mais você, e não menos!
Sucesso. Todo mundo busca. Mas será que todos(as) buscam o mesmo tipo de sucesso? Ou ainda, será que todos(as) compreendem o termo sucesso da mesma maneira?
Por muito tempo - e ainda hoje vemos isso, principalmente para o(a) cidadão(ã) comum - se entendeu que para se ter sucesso era necessário cumprir algumas etapas da vida, como ter diploma de nível superior, arranjar um emprego estável, se casar e formar família. Uma pessoa bem sucedida seria, portanto, aquela que, como em um video-game, conseguisse atravessar as fases, chegando ao final - da vida - com troféus em cada uma delas. As pessoas sem sucesso, teriam seguido uma trajetória diferente, seja por motivos alheios a elas, seja por vontade própria.
Tal visão de sucesso, bastante limitada, traz consigo um quê de julgamento e condenação para as pessoas que não seguem o caminho pré-definido. Às vezes é quase uma pena: "coitado(a), não conseguiu entrar na faculdade" ou "que situação! fulano(a) não tem filhos(as). Será que tais lamentações realmente são uma empatia porque o(a) outro(a) de quem se fala gostaria muito de ter sido aprovado(a) ou ter tido filhos(as) ou será que reflete uma crença nossa de que todos(as) só possuem um caminho a seguir?
Para além da expectativa direcionada ao(a) cidadão(ã) comum, o sucesso também é facilmente confundido com fama, riqueza e poder. Não há problema em se querer tais coisas e elas podem sim, ser sinônimas de sucesso, desde que sejam para a pessoa que as vive, ou seja, desde que sejam uma escolha, o resultado de uma busca ativa - assim como formar-se e ter filhos(as) Não devem ser, portanto, algo imposto.
Pode parecer curioso falar em "não impor riqueza", afinal, todos(as) precisamos e queremos ter dinheiro, mas a que custo? Nós, brasileiros(as), conhecemos a história de uma famosa e linda atriz que tinha um excelente contrato com uma grande emissora nacional mas que decidiu largar tudo passando a viver longe dos holofotes (ela voltou para as telinhas outro dia mas isso é outra história...). Talvez tenhamos pensado: "nossa, mas ela tinha tanto sucesso. Que coragem!".
Coragem, no caso, para abrir mão de tudo que é socialmente valorizado. Mas, será que ela valorizava? Será que era feliz? Existe um clichê de que sucesso (ou fama, ou dinheiro, ou poder) não traz felicidade. Eu diria que podem ou não trazer, a depender do que é felicidade e sucesso para você. E do quanto o que você vive se aproxima de sua vivência mais autêntica.
Nossa noção de sucesso é aprendida, é passada de pessoa a pessoa em nossa comunidade verbal e pouco refletimos ou nos perguntamos o quanto essa noção de fato faz sentido para a gente. O quanto ela reflete os valores que buscamos viver. Enquanto pais (mães) e professores(as), pouco incitamos essa mesma reflexão ou damos espaço para que as crianças e jovens que educamos exerçam seu direito de questionar, de testar e de serem mais autênticos(as) ou mais felizes.
O sucesso, enquanto experiência autêntica, portanto, está relacionado à realização e satisfação pessoal e à felicidade. Mas ele só pode ser plenamente vivido se as pessoas com quem convivemos mais diretamente e se a sociedade em que integramos nos permite viver, quer dizer, dão espaço para que nós busquemos ser quem queremos ser. Caso contrário, duas coisas podem ocorrer: a) silenciamento individual - quando a pessoa não se sente apoiada e tende a viver o que prescrevem e não o que lhe interessa; b) rompimento de relações - vínculos importantes são quebrados e o desfalecimento dos laços podem ser irreversíveis. Nos dois casos, há muito sofrimento, dor e tensões envolvidos.
Para entender melhor a relação entre sucesso, realização e satisfação, vale dar uma olhada nas definições segundo o dicionário Aurélio online.
Sucesso: "a palavra sucesso deriva do latim "sucessus,us", que pode significar entrada ou êxito". "É entendido como uma consequência positiva de alguma coisa que expressa o êxito de quem a fez". "É um acontecimento favorável; um resultado feliz".
Realização: "satisfação; cumprimento do seu objetivo ou meta de vida; o que se consegue através de muito esforço: realização pessoal, profissional. O que se consegue colocar em prática; o que é realizável."
Observe como os dois termos estão conectados. O sucesso pressupõe uma felicidade relacionada ao um resultado, uma consequência positiva. A realização, que também fala do alcance de uma meta, se refere à satisfação a ela relacionada.
Ambos os termos remetem, em um segundo plano, a ação: "êxito de quem o fez" e "colocar em prática". Nesse caso, o sucesso seria então apenas a conquista de bens materiais?
Não necessariamente o sucesso está relacionado à conquista de objetivos físicos, concretos. Quando nos referimos às pessoas bem sucedidas, normalmente é isso mesmo que temos em mente, mas, o sucesso é antes de tudo um processo.
Talvez já tenha acontecido de você ter participado de um projeto cujo resultado esperado não foi alcançado mas toda a caminhada até lá trouxe tantos aprendizados e experiências positivas que você, ainda assim, tenha se considerado satisfeito, realizado e, quem sabe, bem sucedido.
O sucesso pode ser sentido, sobretudo, e não apenas medido a partir de itens materiais. O termômetro é o que se vivencia e não só o que se alcança. O resultado pode até ser a cereja do bolo mas o que todo mundo verdadeiramente aprecia é a calda.
A jornada para o sucesso é, portanto, única. O que é sucesso para um(a), não é sucesso para outro(a). Assim como as culturas e as histórias de vida variam muito conforme o tempo e o lugar, a concepção de sucesso também pode assumir diferentes formas ou objetos e essas diferentes concepções precisam ser respeitadas.
Com diferentes alvos, é possível falar em sucessos (no plural) e não apenas no singular, visto que no momento em que a pessoa elege seus símbolos de sucesso, ela desenha trilhas diferentes para vivenciar cada um deles. Logo, alguém que se considera bem-sucedido na família e no trabalho pode, ao narrar seu processo, destacar itens diferentes que contribuíram para a sensação atual. Nesta direção, a narrativa que explica o sucesso familiar não necessariamente explica o sucesso laboral.
O autoconhecimento, nesse sentido, favorece não apenas a identificação do sucesso que se deseja viver mas permite, também, adquirir domínio sobre a própria história pregressa. Situando decisões, costurando momentos e afinando argumentos para que o sucesso almejado seja vivenciado.
O reconhecimento das próprias vulnerabilidades, dos limites e das potencialidades fermentam a elaboração do que é sucesso para você, de forma particular.
A caminhada do sucesso é repleta de desafios e também alguns reveses, talvez por isso algumas pessoas assumam que essa jornada é, na verdade, uma grande competição. Como se para ser ter sucesso fosse necessário entrar em uma disputa com o(a) outro(a), como se fosse imprescindível derrotá-lo(a). Como se a reta final fosse um pódio, onde só há espaço para uma única pessoa no primeiro lugar.
Acontece que o sucesso pode ser partilhado, co-construído. Afinal, seres humanos(as) se fazem humanos(as) em sociedade e sucesso nenhum é resultado única e exclusivamente da empreitada individual.
Os filmes e os livros tendem a retratar o sucesso como o fruto colhido em uma jornada heroica, e na raiz do(a) herói (heroína) está alguém que possui super-poderes e que atua sozinho(a) contra forças superiores quase ou sem nenhum apoio de quem o rodeia.
De verdadeiro o que essas representações do sucesso trazem é a importância das escolhas. Cada uma delas traz consigo consequências que precisam ser administradas. A dedicação também compõe o cenário porque aquilo que se ganha sem esforço é sorte.
Como o erro se relaciona com a criatividade? Venha descobrir.
Venha saber mais sobre as diferentes maneiras de liderar!
Pare para pensar em quantas vezes, seja no trabalho, em casa, na escola ou entre amigos(as), você já quis abordar um assunto e não se sentiu a vontade, ou quis discordar mas teve receio, quis sugerir algo diferente mas sentiu vergonha...
Em um primeiro momento, observadores(as) de fora podem dizer que você é tímido(a), inseguro(a) ou não possui auto-eficácia. Mas, talvez, não seja nada disso e o motivo de você ter se calado tenha sido porque naquele ambiente, com aquelas pessoas, não foi criado um espaço de segurança psicológica.
Nas discussões mais recentes sobre I.E., a segurança psicológica surge como tema fundamental para a promoção de ambientes acolhedores, criativos e inclinados para o bem-estar. No ambiente de trabalho, ela tem sido apontada como uma variável importante para o bom desempenho individual e coletivo. Socialmente, entende-se que ela favorece uma comunidade empática, engajada e voltada para a solução de problemas.
Quem promove a segurança psicológica, portanto, é o(a) indivíduo em interação que, a partir do modo como ele(a) se relaciona com os(as) outros(as), produz um local (não necessariamente físico) em que o diálogo é permitido e incentivado. Como resultado, constrói-se uma inteligência coletiva, por muitos comungada e transformada a partir das contribuições diversas.
O termo segurança psicológica (S.P.) foi cunhado pela pesquisadora Amy Edmondson para se referir à uma característica do ambiente de trabalho - mas que rapidamente foi adotado em outros contextos sociais - que tanto favorece quanto prejudica o desempenho dos times. Nas palavras dela, a S.P. “é uma crença compartilhada pelos membros de uma equipe de que a equipe é segura para a tomada de riscos interpessoais”.
Ao falar em crença compartilhada, a autora situa a segurança psicológica no ambiente fora do(a) indivíduo, deixando claro que ele(a), o(a) indivíduo, pode ser totalmente seguro(a) sobre o que pensa ou não ser tímido(a) para expressar o que sente mas que é o lugar, em específico, e as relações que nele se criam, que não permitem a participação coletiva.
Já por riscos interpessoais a autora se refere ao conteúdo e à forma com que algo é dito. Os riscos são as possíveis consequências negativas advindas da exposição da vulnerabilidade que, em um ambiente que promove a tolerância, estariam mitigados ainda que os posicionamentos fossem de oposição, descrença e desinteresse. Nesse sentido, quando uma pessoa assume o risco da fala, ela assume o risco do descrédito, da desatenção e da condenação, todos interpessoais porque só ocorrem quando há interação entre indivíduos.
Assim, a S.P. estaria relacionada à sensação de que o falar é permitido e, portanto, não seria constrangido. Com a inexistência do risco do julgamento, a pessoa se sentiria a vontade para posicionar-se. O receio da rejeição e da punição fica reduzido.
Uma interação que alimenta a segurança psicológica contribui para o bem-estar individual, para o acolhimento e o pertencimento. O time, por sua vez, vivencia a criatividade, a inovação e a superação de obstáculos. A convivência torna-se mais harmoniosa e o indivíduo, mais autêntico.
Você já ouviu falar do fracasso da invasão da Baía dos Porcos? Há mais de 60 anos os EUA tentaram invadir Cuba e derrubar Fidel Castro. Derrotados em 70 horas, os EUA saíram humilhados no que ficou conhecido como o "Fracasso da Baía dos Porcos". Como a equipe de conselheiros do presidente Kennedy, considerada tão inteligente e competente ficou manchada por uma das capitulações mais vergonhosas para os EUA?
Psicólogos(as) sociais que analisaram o caso afirmaram que havia entre os integrantes uma forte coesão grupal, ou seja, que o pensamento do grupo ia no sentido da homogeneização, minimizando a possibilidade de que um integrante se posicionasse contra ou aludisse para um elemento novo. A inexistência de diversidade teria sido a ruína na batalha.
Hoje, podemos acrescentar à explicação o fator da segurança psicológica, no sentido de que os membros do grupo talvez não tenham se sentido a vontade para contestar publicamente a vitória estadounidense e se sentiram compelidos a concordar com tudo sem pestanejar.
A segurança psicológica pode ser medida a partir de quatro dimensões. Quando todas estão presentes e são sentidas por todos os integrantes de um grupo, podemos dizer que o ambiente a apresenta.
Segurança para se expressar:
Se refere ao conforto em emitir opiniões, dar ideias, propor novas visões, questionar, criticar, etc. O conforto, nesse caso, vem associado à confiança em não ser rechaçado(a), mesmo quando alguns posicionamentos forem mais duros.
Segurança para interagir:
Está relacionada à construção de um clima que permita trocas não apenas nos momentos formais, mas no dia a dia como tudo de forma autêntica. A segurança na interação passa ainda pelo conforto em pedir e oferecer ajuda ou feedback.
Segurança para aprender:
Volta-se para a confiança criada no processo de aprendizagem em grupo, que exige a ausência de temor para a assunção de riscos e inovação. Significa, também, não ter medo de errar e parecer incompetente, despreparado(a) ou desinformado(a).
Segurança para pertencer:
Se relaciona com a sensação de aceitação, valorização e apoio mútuo. Se conecta com a percepção de que faz parte de um todo, do grupo, e com ele estabelece relações afetivas.
As 4 dimensões da segurança psicológica se relacionam fortemente com alguns dos pilares da inteligência emocional e seus desdobramentos.
Um ambiente psicologicamente seguro só é possível se em um primeiro momento, as pessoas aceitam suas vulnerabilidades e desenvolvem o autoconhecimento. Na mesma medida, a autorregulação precisa estar presente para que falas e comportamentos não diminuam a probabilidade de participação coletiva.
A empatia deve ser uma prática constante para que as relações sociais possam ser cada vez mais fortalecidas e aprofundadas. Por fim, mas não esgotando a relação entre I.E. e SP, as habilidades de negociação e diplomacia não podem ser deixadas de lado, visto que o conflito de interesses e ideias surgem em boa parte das interações sociais
A segurança psicológica é, portanto, o clima ideal no campo das relações interpessoais mas que, só se faz presente e sentido, quando as pessoas que compartilham do mesmo espaço - mais uma vez, não apenas físico - contribuem ativamente para sua existência, Contribuição essa que vem da prática da inteligência emocional como vivência e não apenas como teoria.
Segundo Amy Edmondson, há 7 elementos essenciais na identificação de um ambiente psicologicamente seguro. As perguntas abaixo de cada elemento ilustram os temores vividos pelos integrantes.
1.Reação a erros:
O erro que cometi pode ser usado contra mim?
2.Lidando com problemas:
Me sinto a vontade para apontar problemas e questões difíceis?
3.Aceitação da diversidade:
Me sinto rejeitado por ser diferente no meu jeito de ser ou de pensar?
4.Assumir riscos:
Posso assumir riscos?
5.Pedir ajuda:
Me sinto à vontade para pedir ajuda às pessoas?
6.Apoio mútuo:
Meus esforços seriam reconhedos?
7.Apreciação:
Sinto que minhas habilidades são valorizadas e utilizados?
A promoção da segurança psicológica passa por algumas práticas positivas:
1. Criação da cultura de feedback:
A ideia é criar um canal de comunicação em que o diálogo seja horizontal, franco e direto.
2. Tolerância aos erros e às diferenças:
Isso não significa adotar uma postura condescendente com os erros, nem deixar de responsabilizar os(as) envolvidos(a). Significa, sobretudo, reconhecer que todos(as) somos humanos(as) e que não podemos ser 100% em tudo. A intransigência anda de mãos dadas com a rigidez, a inflexibilidade e falta de empatia.
3. Promoção de criatividade e incentivo à tomada de riscos:
A intenção é semear o terreno para que as diferenças sejam não apenas apreciadas mas, também, utilizadas a favor do grupo. Os riscos pode ser assumidos desde que analisados.
4. Exercício da escuta ativa:
Todos(as) buscamos ser ouvidos(as), portanto, demonstrar interesse e manter-se atento(a) para fala do(a) outro(a) é um dos primeiros passos na a criação de conexão interpessoal.
5. Compartilhamento de decisões:
A colaboração, o engajamento e o senso de pertencimento vem da exposição livre de opiniões, do debate vivo e dos acordos definidos entre as partes. As decisões compartilhadas são uma excelente forma de envolver as pessoas em responsabilidades.
1) Pense no seguintes ambientes e avalie em uma escala de 0 a 10 o quanto você se sente confortável para se posicionar, criticar, duvidar e opinar. Reflita um pouco sobre a origem desse desconforto e avalie o que você pode fazer para minimizá-lo.
a) Família
b) Amigos(as)
c) Trabalho
b) Fale um pouco sobre como o autoconhecimento, a empatia, a autorregulação e a negociação e diplomacia podem te ajudar a promover um espaço de segurança psicológica.
c) Pense nos riscos que já tentou assumir mas se esquivou. Se tivesse a oportunidade de fazer diferente, o que faria, como e por quê?